segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Cacilheiro da Trafaria.







Almada: Ligação Belém-Porto Brandão-Trafaria

Fim do cacilheiro preocupa

Mais de mil pessoas já assinaram uma petição on-line contra o eventual fim da ligação fluvial Belém--Porto Brandão-Trafaria. O abaixo-assinado será entregue à Transtejo, empresa que gere as travessias fluviais entre os concelhos de Lisboa e Almada.
O fantasma do fim da carreira fluvial paira desde Dezembro, quando um dirigente do Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante, Nuno Costa, afirmou que a Transtejo queria encerrá-la. As políticas de contenção do Governo adensam agora as ameaças, já que esta é a ligação menos rentável das cinco que atravessam o Tejo: por ano, são 500 mil os passageiros que utilizam o barco entre Belém e Trafaria. No trajecto Terreiro do Paço-Barreiro, por exemplo, são nove milhões de passageiros por ano.

Ao lado da estação fluvial da Trafaria, no café A Esplanada do Tejo, pode ler-se um comunicado que convida quem quiser a anotar o endereço electrónico para aceder à petição. "Um cliente que apanha o cacilheiro todos os dias pediu-me para colocar isto", explica Fátima Coelho, sócia-gerente do estabelecimento. "Não há justificação possível para o fim da travessia. Iria prejudicar muito a Trafaria."

O bilhete da travessia custa 1,05 euros e os moradores asseguram que tem havido mais pessoas a utilizar o cacilheiro, o que pode ser explicado pela redução do horário, que passou a ser de hora a hora.

Henrique da Costa Flor, reformado de 83 anos, tem o ritual de apanhar o barco quase todos os fins-de-semana para levar a neta a casa da mãe, em Lisboa. "O que será destas pessoas? Quem trabalha deste lado vai ter muitas dificuldades. Não consigo acreditar que seja possível", afirma descontente.

Contactado pelo CM, o Ministério da Economia remete-se ao silêncio. A Câmara de Almada assegura não ter informação oficial sobre o fim da ligação.

(in Correio da Manhã).

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