«Por escritura de 1713, permitiu o administrador do vínculo, João Saldanha, que Manuel Lopes Bicudo, advogado da Casa da Suplicação e dele próprio, fizessem uma quinta em chão que lhe pertencia, na condição de aí viverem ele e a sua mulher», in Dicionário da História de Lisboa, org. de Francisco Santana e Eduardo Sucena, Lisboa, 1994, pág. 496.
“Em 1731 D. Diogo de Mendonça Corte-Real (1658-1736) obtém os direitos sobre a propriedade que mais tarde viria a ser conhecida como Quinta das Águias, (...) Datam desse período as construções essenciais – palácio, jardins e capela.”. Diogo de Mendonça. pouco tempo depois de adquirir esta propriedade, seria deportado para Mazagão.
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No século XX, a quinta foi propriedade de Fausto Lopo Patrício de Carvalho (1890-1970). Hoje pertence a um fundo imobiliário do Grupo Espírito Santo e encontra-se à venda. Segundo informações recolhidas no local, já existem alguns projectos imobiliários para o palácio.
A propriedade possui alguma flora rara que está inventariada. Não pode, por isso, ser destruída. Mas a incúria dos homens e a erosão natural do tempo têm-se encarregado de contornar esse impedimento legal.
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A Quinta das Águias é rica na decoração em azulejos no jardim. Mas também no interior, onde infelizmente muitos azulejos têm vindo a ser saqueados. Segundo o sítio S.O.S. Azulejos, só em 2006 foram furtados do interior da propriedade cerca de 930 azulejos do século XVIII. A capela foi também vandalizada e furtada a talha dourada que decorava o altar.
A Quinta das Águias está situada entre a Calçada da Boa-Hora e o antigo Rio Seco. A frente para a Junqueira tem entrada pelo n.º 138. Pela Calçada da Boa-Hora existem entradas pelo n.ºs 1 e 5.
Painéis de azulejos das escadarias e entrada (cerca de 930 azulejos) dos meados do séc. XVIII, furtados entre Setembro e Novembro de 2006 do Palácio da Quinta das Águias, na Junqueira, Lisboa.
É mais um dos imóveis do eixo da Junqueira que parece votado ao abandono, como acontece com o Palácio dos Condes da Ribeira Grande, a cair aos bocados. A situação parece não incomodar ninguém.
10 comentários:
Terrível! Fica-se doente ao olhar estas degradações!
Já agora, quais serão os países da Europa que deixariam chegar património desta qualidade, a este estado? Portugal, Albânia? (se calhar nem esses).
Vamos fazer uma vaquinha e comprar?
Não há palavras para tamanho desleixo. Nem tão pouco perdão!
Desculpa, alguem sabe de quem é a propriedade? Se de um privado ou da Camara? Seria fixe poder fazer o meu trabalho da tese em "Arquitectura para a reabilitaçao" (na Italia), sobre este edificio...
Obrigada
Moro muito perto deste local.
Respondendo à Bloguer anterior: sempre ouvi dizer que é da família Lopo de Carvalho (pode sempre procurar a nível de Conservtória, pois aí deve estar registada a propriedade).
Tive a sorte de lá entar: o Palacete esteve arrendado à Universidade Lusíada, na década de 90 - talvez aí saibam precisar quem é o actual proprietário.
Seja como for: adoraria, ainda em vida, assistir à recuperação deste local, pois é maravilhoso :)
Boa tarde.
Gostaria de vos deixar a notícia que acabo de ler no i-online:
http://www.ionline.pt/conteudo/55137-palacio--venda-em-lisboa-
Cumprimentos,
Bruno Ribeiro Tavares
Quando da serie para TV realizada pela REDE GLOBO sobre a obra de Eça de Queirós Os Maias. A quinta serviu de residência intitulada o Ramalhete, não estava tão deteriorada como se encontra hoje. Os jardins estavam bem conservados e a moradia não presentava sinais ainda de abandono. Que lástima perder-se tal patrimônio.
Soy española. Acabo de ver el edificio y entre en internet para conocer su historia. Es bellisimo. Por Dios no dejen que lo saqueen y se pierda.
Da igual de quien sea propiedad, es patrimonio del arte. De todos .
Como é possível este abandono do património urbano portugues?
Would love to RESTORE the HOUSE and GARDEN for future generations to enjoy.john
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