quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Carpe Diem do Palácio dos Carvalhos [a quem pedir responsabilidades?]

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Carpe Diem Arte e Pesquisa é uma plataforma de pesquisa, experimentação e estudos no âmbito das artes contemporâneas. Organismo independente e sem fins lucrativos, apresenta-se como uma estrutura multidisciplinar e plural para as artes visuais, com o objectivo de proporcionar uma rede de troca de informações entre criadores, teóricos, estudantes, produtores e público.
Situado na Rua de O Século 79 no antigo Palácio Pombal, prédio pertencente a EGEAC/MCM - parceira no projecto, Carpe Diem Arte e Pesquisa é um organismo financiado pelo Ministério da Cultura / DGArtes. Por ser um organismo sem fins lucrativo a visitação às exposições será gratuita, no entanto os cursos, palestras e masterclasses terão preços simbólicos.
A programação está vocacionada para residências de artistas estrangeiros que realizarão masterclasses e exposições site specifics, para além de uma série de actividades paralelas como conferências, aulas públicas e as mostras Preview e Black Box.
Tenham paciência... Em 2006 a Câmara Municipal de Lisboa levava o Palácio dos Carvalhos a Hasta Pública e no Diário de Noticias algumas personalidades pernunciavam-se assim desta maneira: "José Sá Fernandes, vereador eleito pelo BE, considera que o "Palácio Pombal é uma das jóias da cidade, um edifício património e será um erro crasso" optar pela sua alienação. "
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EGEAC/MCM
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Na 2ª metade séc. XVII - o 1º proprietário conhecido do palácio é Sebastião de Carvalho e Melo, 3º senhor do morgado de Sernancelhe, avô do futuro Marquês de Pombal, que o terá reconstruído ou edificado de raíz; 1699 - no palácio nasce Sebastião José de Carvalho e Melo; 1716 / 1720 - aqui funciona a Academia dos Ilustrados; 1755 - "as casas nobres da Rua Formosa", conforme era designado à época o Palácio Pombal, sofrem danos causados pelo terramoto, mudando-se a família para a Ajuda; c. 1770 - o Marquês de Pombal, 1º conde de Oeiras, procede a profunda remodelação e redecoração do edifício, bem como à sua ampliação; séc. XVIII (fim) - parte do edifício é arrendado, contando-se entre os inquilinos Jácome Ratton e Gérard Devisme; 1859 - após a morte do 5º Marquês Pombal, Manuel José Carvalho Melo Daun Albuquerque e Lorena, a propriedade é fraccionada por diversos herdeiros; segunda metade do séc. XIX/ 2ª década do séc. XX - no palácio funcionaram, sucessivamente, a Legação da Alemanha, a Embaixada de Espanha e a Confederação Geral do Trabalho; 1927 - arrendamento do palácio à Casa da Madeira; 1964 - era proprietário Manuel [...]
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Miguel Pacheco. Farol, 2009
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Miguel Pacheco. Pirâmide, 2009.
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Fernando Sanchez Castillo
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Joana da Conceição. Australia, 2009.
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Liene Bosquê
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José Spaniol
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Que pensar de tudo isto? Por um lado, é graças à ocupação pela «Carpe Diem» que temos acesso ao Palácio dos Carvalhos. Do mal, o menos... Mas, por outro lado, que dizer do estado de degradação do edíficio? É melhor estar ocupado do que nada: assim se evita o furto e a pilhagem a que o Palácio foi sujeito. Mas em que condições está aqui a «Carpe Diem»? Houve concurso público? Que se passa? Nada temos contra a «Carpe Diem». Aplaudimos que o espaço, magnífico, seja usado para fins culturais. Mas não deveria haver um investimento na sua recuperação? Lisboa tem tantos palácios ao abandono... Como permitir que uma cidade desta, rica em património mas pouco monumental, deixe perder o que tem? Desculpem o habitual argumento provinciano, mas acham que uma situação derstas era tolerável noutras cidades europeias? Não. Porquê? Haveria logo um levntamento de cidadãos. Cá, nada se passa, que desgraça. Uma passividade total. De quem é a culpa por o Palácio dos Carvalhos estar assim? De quem é a culpa? A culpa é sua. E nossa, também. A culpa é de todos. Não culpem Santanas & Costas, isso é gente efémera. O que perdura, isso sim, é a ignorância, a incultura, a apatia, o desinteresse que tornaram Lisboa uma das capitais mais degradadas da Europa. Com uma agravante: em matéria de património, há coisas que se perdem e nunca mais se recuperam. Como conhecer o desenho dos painéis de azulejos que voaram? Vá ao Palácio, veja no andar térreo, junto ao jardim, as pinturas em «trompe l'oeil», com motivos vegetalistas, que prolongavam o jardim para o interior da casa. Tudo esmaecido, esfgumado, perdido... Isto é mesmo Lisboa... Lisboa SOS.

3 comentários:

Gastão de Brito e Silva disse...

Espero que esta associação tenha meios de manter / recuperar este palácio e lhe devolvam a nobreza que já conheceu em melhores dias....ah!! Excelente reportagem...

Paula Gonçalves disse...

É inacreditável o abandono a que é votado o património histórico em Portugal. Todos nós temos culpa pois nem sequer o conhecemos. Os vossos alertas são importantes. Continuem. Obrigada.

Unknown disse...

A vossa reportagem despertou-me o interesse de visitar o palácio ver as exposições da Carpe Dien.