
Um caminho estreito. «Cão velho entre Flores», o título de uma obra de Baptista-Bastos. O nosso querido amigo Baptista-Bastos... Quanto paga ele de renda à CML?

De início, fomos recebidos com uivos. Mas, depois, o cão serenou.

E encontrámos isto.

E isto.

E também isto.

Estamos aqui porque alguém tem de mostrar isto.

Talvez não valha a pena escrever nada, mas ao menos alguém que veja isto.

Não percebemos se aqui morava alguém, se era uma casa-de-banho. Aqui não se percebe nada.
.
Ao entrarmos aqui, esquecemo-nos de António Costa, Manuel Salgado, Marcos Perestrello, Ana Sara Brito. Esquecemo-nos das pequenas misérias do nosso quotidiano político. Aqui há gente, aqui mora gente. Gente que também habita o singular país do TGV e do «Magalhães».

À porta, Dona Ivone recebe-nos. Parece já não ter idade.


Está ali, há muitos anos.

Falámos com ela, perguntámos-lhe pelo estado de sítio em que vivia. Em resposta, abanou a cabeça.


De súbito, nas traseiras, descobrimos isto.

Um enclave no meio da degradação.





Ao fim de uma conversa triste, entrecortada por muitos silêncios, Dona Ivone despede-se. Vem à porta.
.

Disse-nos que já tinha falado com «eles», mas não tinha esperança de nada. Solidão.

Dona Ivone não tem casa, não tem idade, não tem esperança. Só a comovente simpatia de nos agradecer no final por a termos visitado.
.
2 comentários:
Que tristeza!...
Será que se pode fazer alguma coisa? O quê? Como? Quem procurar? Como eu gostava de poder ajudar!...
Um CRIME, vi miséria em quase todos os continemtes!Mas numca pensei que no meu pais d'origem,os politicos,os ricalhàços; deixasem chegar a este ponto!!BANDIDOS A ONU DEIXEM OS ÀRABES RESOLVER OS SEUS PROBELEMAS!!Ocupem-se dos seus menbros FASCISTAS.O TRIBUNAL INTERNACIONAL ACABEM COM ÈSSA PALHAÇÀDA.GANG DE MAFIOSOS.
Enviar um comentário