"[...] o Balneário, ou Casa dos Banhos, inaugurado pela rainha D. Maria II em 29 de Outubro de 1853, dia de aniversário do príncipe-consorte D. Fernando, a que se seguiu uma círcunstanciada visita ao hospital. Tal como o Pavilhão de Segurança, também este é um edifício de elevado valor patrimonial, qualificado pelo IPPAR em 2001 de 'Imóvel de Interesse Público, em vias de classificação', na sequência de proposta e de Memória Justificativa apresentadas pelo Hospital Miguel Bombarda em 1999 (aguarda-se para breve a classificação definitiva de ambos)." (in "Panóptico, vanguardista e ignorado - O Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda", p.14. Vítor Albuquerque Freire, Livros Horizonte, 2009.)
Balneário D. Maria II, corte pormenorizado, gravura de 1855. A partir da direita, zona dos banhos terapêuticos, as caldeiras e a cozinha industrial adjacente.
."Quanto à arquitectura, o Balneário D. Maria II é igualmente [tal como o Pavilhão de Segurança] um edifício de elevado valor. De pendor romântico, conjuga de modo exuberante mas harmonioso diversas correntes estilísticas da época: revivalismo gótico, com portas de arco quebrado; revivalismo renascentista, com loggia de arcos de volta inteira dando para um pátio, a lembrar os hospitais italianos do Renascimento; arquitectura do ferro e industrial, observável no gradeamento de ferro do pátio, e na madeira e ferro aplicados na zona das caldeiras; arrojada azulejaria de fachada, de cunho bem português, invulgar em idifícios públicos.[...] a arcada do edifício apresenta graves problemas de estabilidade que obrigaram ao seu escoramento, tornando-se urgente a realização de delicadas e dispendiosas obras de reparação estrutural, que ultrapação o âmbito da instituição." (in "Panóptico, vanguardista e ignorado - O Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda", p.15. Vítor Albuquerque Freire, Livros Horizonte, 2009.)
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"O Hospital de Alienados em Rilhafoles, hoje Hospital Miguel Bombarda, o primeiro hospital psiquiátrico português, foi fundado em 1848 por decisão final do chefe do Governo, marechal Duque de Saldanha [...]Ficou instalado na antiga casa da Congregação dos Padres da Missão de S. Vicente de Paulo [...] O Maciço edifício, que resistiu ao terramoto de 1755, havia sido erguido no século XVIII na Quinta de Rilhafoles. [...] Rilhafoles constituía um grande estabelecimento hospitalar para a época [...] O hospital destinava-se ao internamento, quer de doentes agudos, quer de doentes tidos por incuráveis, aliando uma vertente hospitalar curativa a outra de tipo asilar, num perfil assistencial que se manteve até hoje."(in "Panóptico, vanguardista e ignorado - O Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda", p. 13 e14. Vítor Albuquerque Freire, Livros Horizonte, 2009.).
."O Balneário D. Maria II representava melhoria de suma
importância, pois variados tipos de banhos integravam as terapêuticas psiquiátricas então prescritas: banhos de chuva, de onda, de imersão; de duche descendente, lateral ou local; frios, tépidos, mornos ou quentes; de estufa e de vapor, com aromas medicinais. O 'Plano da Casa dos Banhos' patenteia uma significativa componente experimental, e na sua elaboração participaram Bernardino António Gomes e outras figuras da medicina portuguesa. A água quente e o vapor eram fornecidos por sofisticado sistema de caldeiras, tubagens e aparelhos, especialmente concebidos pelo fabricante português José Pedro Collares Júnior, sujeito à aferição e aprovados pelo lente de Física da Escola Politécnica e pelo engenheiro-chefe do Arsenal da Marinha. O vapor produzido na sala das caldeiras também proporcionava o aquecimento das marmitas e fogões da avançada Cozinha Industrial que foi erguida adjacente ao Balneário." (in "Panóptico, vanguardista e ignorado - O Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda", p.14. Vítor Albuquerque Freire, Livros Horizonte, 2009.)
."[...] é um edifício hospitalar voltado para o exterior, para a população, desenhado com o intuito de atrair o gosto dos doentes da cidade que aí se dirigiam por prescrição dos seus médicos, para lhes serem ministrados os diversificados tipos de banhos terapêuticos. Um notabilíssimo espírito de abertura à comunidade, materializado no primeiro edifício psiquiátrico português, e infelizmente sem paralelo até aos nossos dias." (in "Panóptico, vanguardista e ignorado - O Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda", p.15. Vítor Albuquerque Freire, Livros Horizonte, 2009.)
Pavilhão de Segurança, Enfermaria-Museu Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa/Hospital Miguel Bombarda
Horários:
Quartas-feiras: 11h30-13h
Sábados: 14h-17h
Outros dias com marcação prévia: 10h-13h, 14h-16h.
Visitas Guiadas - incluem no seu percurso o Balneário D. Maria II (1854) e o ex-gabinete do director, onde o Prof. Miguel Bombarda foi assassinado nas vésperas da revolução de 1910.
Endereço: Rua Dr. Almeida Amaral, 11169-053 Lisboa
Telefone: 213177400 / 213177435
Acessos: Estacionamento gratuito
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