Novidade
Lisboa pré-pombalina em 3D
por MARINA MARQUESHoje
Museu da Cidade apresenta a partir de quinta-feira reconstituição virtual da capital antes do terramoto.
Partindo de uma das suas peças mais emblemáticas - a enorme maqueta construída entre 1955 e 1958, que representa a cidade de Lisboa antes do terramoto de 1755 -, o Museu da Cidade passa a contar, a partir de quinta-feira, com mais um atractivo para os visitantes: um modelo tridimensional virtual da capital, Lisboa, pouco antes do terramoto.
"Com recurso às novas tecnologias, e partindo de uma das peças do museu que mais empatia e admiração colhe junto do público, foi desenvolvido um sistema multimedia interactivo onde corre um programa que possibilita, a partir de um modelo 3D, ver a cidade anterior ao terramoto", explicou ao DN Ana Cristina Leite, directora do museu.
O sistema foi desenvolvido pela SWD Agency e recebeu elogios de Bernard Fisher, professor de História de Arte na Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, e director do Virtual World Heritage Laboratory. Segundo afirmou ao DN João Sarmento, da SWD, Bernard Fisher, também responsável pelo projecto virtual Rome Reborn, classificou o modelo digital de Lisboa como "um projecto de nível mundial" e "um belo produto de uma profunda pesquisa histórica".
A reconstituição virtual permite conhecer e experienciar 21 pontos notáveis da Lisboa pré- -pombalina sobre os quais apresenta ainda uma breve nota histórica e descritiva. Paço da Ribeira, Terreiro do Paço, Rossio, Rua Nova, Convento do Carmo, Palácio das Necessidades ou a Casa da Ópera, edifício que acabou de ser construído no início de 1755 e que ruiu com o terramoto, são algumas das estruturas recriadas com um rigor e realismo só possível em modelos 3D. Pequenos quiosques com ecrãs tácteis abrem a porta a esta verdadeira viagem no tempo, resultado de um trabalho desenvolvido desde 2005 por uma equipa multidisciplinar do Museu da Cidade. Pormenores como as cores, os materiais, as texturas, os revestimentos e detalhes decorativos são revelados aos visitantes.
A modelação tridimensional, com interactividade a 360º e animações 3D por diversos percursos na cidade, interage com a maqueta física: quando o visitante escolhe um dos edifícios virtuais, acende-se uma luz sobre a maqueta dos anos 1950, que lhe indica a sua localização na malha urbana.
"O modelo digital potencia outros projectos", refere Ana Cristina Leite. "A partir da reconstituição da cidade antes de 1755 podemos reconstituir o terramoto e, a partir daí, recriar a reconstrução da cidade após o terramoto", adianta.
(in Diário de Notícias).
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