quarta-feira, 25 de maio de 2011

Com Canavilhas e Manuel Pinho, que estavam à espera?








Herdeiros de Jorge de Brito levam 10 quadros de Vieira da Silva para casa
por Rosa Ramos,




Os herdeiros do coleccionador e antigo presidente do Benfica, Jorge de Brito, vão levantar hoje dez obras do espólio emprestado à Fundação Arpad Szénes-Vieira da Silva (FAZVS). Os quadros em causa são da pintora portuguesa e ficaram de fora de um acordo negociado em Janeiro com o Ministério da Cultura (MC) e a fundação presidida por Manuel Pinho - acordo que, no entanto, os herdeiros dizem nunca ter sido formalmente assinado.

Das 22 obras emprestadas há 17 anos por Jorge de Brito, já só restavam 16 na fundação. E a partir de hoje serão somente seis. Os herdeiros do coleccionador queixam-se da dificuldade que tiveram nos últimos anos em levantar os quadros depositados: "O que não deixa de ser irónico, dado que foram emprestados por nós", diz ao i João de Brito.

Em Janeiro, os herdeiros reuniram com a ministra da Cultura Gabriela Canavilhas e com Manuel Pinho e terá ficado "apalavrado", segundo João de Brito, que seis dos quadros seriam prioritários para a fundação. Como tal, os herdeiros aceitaram emprestá-los por mais cinco anos, sem contrapartidas. Terá também ficado estabelecido "o direito do Estado a adquirir esse núcleo, findo o período do empréstimo". E os herdeiros exigiram, como contrapartida, o "encerramento" do processo de classificação - que decorre desde Agosto de 2006 - e cuja morosidade consideram "inaceitável".

Gabriela Canavilhas terá sido ainda informada da intenção da família de exportar alguns quadros: "Informámos que estávamos a preparar eventos no estrangeiro que culminariam com a venda de algumas obras", garante João de Brito, acrescentando que há uma venda agendada para Outubro, precedida de exposições em Bruxelas e Montecarlo. "Outras obras já seguiram viagem e os timings dos compromissos que firmámos vão sendo ultrapassados", diz.

O problema é que o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) nega aos herdeiros o pedido de exportação dos quadros, dado tratar-se de obras que estão em processo de classificação - apesar do que terá ficado estabelecido no encontro que os herdeiros tiveram com Manuel Pinho e Gabriela Canavilhas em Janeiro.

Ao i, o Instituto admitiu que existe um "protocolo entre a Fundação e os herdeiros, com acompanhamento por parte do IMC, cuja última versão foi remetida à Fundação e sobre a qual o Ministério da Cultura aguarda informações quanto à conclusão do processo negocial entre a Fundação e os herdeiros". O IMC acrescenta que o processo de classificação das obras só pode ser travado por ele próprio, "após consulta e parecer vinculativo do Conselho Nacional de Cultura". João de Brito queixa-se de, apesar "das múltiplas insistências", não ter "qualquer notícia" sobre o estado do processo. Rosa Ramos

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NOTA: em comentário a esta notícia, um leitor diz que este post é de «cariz político» e que, por isso, vai passar a ler jornais... Acontece que esta notícia é retirada de um jornal, o «i». Como, aliás, está indicado no texto...

1 comentário:

manuel disse...

Pensava que este blogue se destinava à defesa da nossa cidade. Este post é uma vergonha, além de ser de cariz politico fala do que não sabe, apenas repete o que dizem os jornais. vou passar a ler os jornais em vez de vir aqui.