sábado, 16 de abril de 2011

Próxima paragem, o Elefante Branco?

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O presidente da Câmara de Lisboa está já a trabalhar no novo gabinete do Largo do Intendente, num edifício reabilitado para incentivar a requalificação da zona e cujo arrendamento, de 5600 euros mensais, está pago por dez anos. Hoje, numa visita guiada ao imóvel, que integra a antiga fábrica de cerâmicas Viúva Lamego, António Costa (PS) explicou que, para “reduzir custos” foi negociado com o proprietário um pagamento antecipado que já contemplasse as obras que foram necessárias. Cada um dos 700 metros quadrados do edifício de três pisos custa oito euros, o que, numa década, representa 672 mil euros. O autarca só prevê, no entanto, permanecer no Intendente cerca de dois anos, período que espera ser necessário para quebrar o “ciclo vicioso” que a prostituição, a toxicodependência e a degradação dos prédios instituíram. “Mais do que presença policial, o que dá segurança aos territórios é a sua ocupação pelas pessoas. A forma de transformar é dar confiança e segurança para que estes prédios devolutos passem a estar habitados com atividades económicas e pessoas que criem uma economia própria”, explicou junto ao novo gabinete, que resultou de uma “intervenção minimalista” projetada por um arquiteto da câmara. O objetivo foi criar espaços abertos ou com divisórias amovíveis que permitam outras ocupações no futuro. Os trabalhos de recuperação do imóvel, que tinha até tetos a cair, incluíram também uma intervenção dos calceteiros do município para fazer um painel único à entrada. Esperançado em conseguir “dar a volta” ao Largo do Intendente, António Costa sente que esta é uma “grande responsabilidade”, tendo em conta as expetativas geradas na zona. “As pessoas estão muito satisfeitas. Vi na televisão que algumas ficaram menos contentes por anteciparem uma redução da atividade a que se têm dedicado, mas esse é um dos objetivos deste processo de regeneração do Intendente e da Mouraria”, disse, acrescentando que a mudança não será “de hoje para amanhã”. O trabalho mais difícil, apontou, será o desenvolvimento social, pelo que o município está a finalizar um plano com esse objetivo e que contou com 40 entidades da Mouraria e envolvente. O projeto de recuperação física da Mouraria, de 7,5 milhões de euros e 40 por cento de financiamento comunitário, está também concluído e os concursos serão lançados em breve, prevendo-se a adjudicação em setembro ou outubro. O Largo do Intendente vai ser quase todo “pedonalizado”, ganhar esplanadas e mais árvores e os pisos térreos serão disponibilizados para comércio. “Era mais fácil resolver isto com uma operação de limpeza securitária, por isso temos um plano para evitar uma mera deslocalização [dos problemas] e encaminhar as pessoas que estão na toxicodependência e na prostituição. Não se trata de empurrar excluindo, trata-se de intervir para incluir e integrar”, afirmou António Costa (jornal «i»).

2 comentários:

Miffy disse...

Pois...!!!!

E pergunto: numa época em que tanto se fala em medidas de austeridade e, em que tanto sacríficio se vai exigir ao povo português era necessário todo este despesismo?

Não era suficiente o Gabinete lá para os Paços do Concelho?

Francamente....!!!

Miffy

Xico205 disse...

Palhaçada. Mas dum socialista não era de esperar outra coisa.