Lisboetas contra transformação de piscinas municipais em ginásios e spa
Um grupo de cidadãos lançou uma petição online contra a «adulteração e mais construção» na devoluta piscina municipal do Campo Grande, que, tal como a dos Olivais e a do Areeiro, vai ser transformada num complexo desportivo.
No abaixo-assinado, os subscritores pedem ao presidente da câmara, António Costa (PS), e ao vereador do Desporto, Manuel Brito, que «corrijam junto do promotor, com carácter de urgência, o projecto de arquitectura», por este ser «de estética duvidosa» e «potencialmente atentatório ao projecto original de Keil do Amaral».
Os cidadãos temem o impacto da obra no próprio jardim do Campo Grande, onde se insere a piscina, enquanto espaço livre de lazer e desporto e com relativamente poucas construções.
Na deliberação camarária que aprova a reconversão das três piscinas devolutas, uma iniciativa que os peticionários consideram positiva, é referido que o projeto para o Campo Grande irá ainda ser revisto com o promotor, o grupo espanhol Ingesport.
No entanto, os subscritores temem que avance a «adulteração do projecto original» do arquiteto Keil do Amaral, na medida em que a primeira maqueta apresentada mostra um edifício com uma área de construção de cinco mil metros quadrados, com dois pisos acima do solo e um em cave para estacionamento.
Além de piscina, o novo prédio terá um ginásio e área de SPA, representando um investimento de seis milhões de euros.
Por ter vencido o concurso público lançado pela autarquia, o grupo Ingesport (responsável também pela piscina dos Olivais), assumirá todas as obras e explorará o espaço por 40 anos.
Como contrapartida, tem de ceder a piscina durante duas horas por dia para programas municipais e praticar os preços constantes da tabela de taxas e preços municipais, disponibilizando ainda passes de acesso a todo o complexo a preços reduzidos em relação à média da capital.
Lusa/SOL
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