O primeiro estudo feito pelo Instituto do Envelhecimento revela que mais de 1 milhão e 900 mil pessoas em Portugal têm mais de 65 anos, mas o preconceito relacionado com a idade ainda é baixo.
São preconceitos ligados à idade. O novo conceito de "ageing", ou "idadismo" na tradução portuguesa, foi avaliado pelo Instituto do Envelhecimento e os primeiros resultados vão ser divulgados esta segunda-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.
Em comparação com cerca de 30 países da Europa, o preconceito de idade em Portugal é baixo, mas quando existe, o alvo são os mais velhos.
O director do Instituto do Envelhecimento, Manuel Vilaverde Cabral, explicou à TSF de que forma os idosos se sentem discriminados.
«Uma das coisas mais frequentes é a opinião da pessoa não ser escutada e a ideia de que não são úteis», referiu.
Solidão, doença, abandono, tristeza são conceitos que foram associados aos velhos, durante este primeiro estudo. Agora, o Instituto do Envelhecimento quer saber como os idosos gastam o tempo e que ligações mantêm com as redes sociais.
«Na passagem para a reforma a densidade das redes sociais sofre um queda, e quando chega aos 70/75 anos praticamente desaparece e em alguns casos ficam totalmente isolados», indicou.
O isolamento e também as poupanças e os consumos dos mais velhos vão ser avaliados pelo Instituto, sendo que Manuel Vilaverde Cabral não tem dúvidas de que a crise vai influenciar os resultados.
«O nosso modelo de poupança consumo é insustentável. Há 30 anos Portugal era um país de alta poupança e baixo consumo, hoje é o inverso, tem um modelo de poupança zero e tudo no sentido de endividamento», alertou Manuel Vilaverde Cabral.
Em Portugal, há quase 1 milhão e 900 mil pessoas com mais de 65 anos.
(TSF 06/01/11)
2 comentários:
O mercado de trabalho no entanto, continua bastante preconceituoso e nem é preciso ter 65 anos. Qualquer pessoa perto dos 40 anos tem dificuldade em arranjar emprego porque um dos requisitos de selecção é sempre idade até 35 anos.
Em Portugal há uma tradição de forte individualismo. Quem mais é afectado são os idosos e os doentes.
As Juntas de Freguesia poderiam ajudar ao desenvolvimento de "centros de interesse" (formação, actividades culturais, turismo, desporto...)com o apoio inicial de assistentes sociais.
Nos últimos anos foram construídas tantas infra-estruturas e parecem-me "às moscas".
É "fácil" motivar os idosos: não se espere é que sejam eles a dar o 1º passo!
António
Enviar um comentário