Frio obriga a reforçar ajuda aos sem-abrigo
por AMADEU ARAÚJO,
Graus negativos no Norte. Semana do Natal deve ser ainda mais gelada
Os termómetros voltam hoje a descer, e a madrugada será gelada. A Câmara de Lisboa vai reforçar a ajuda aos sem-abrigo, distribuindo bebidas quentes, comida calórica e agasalhos. O cenário melhora a partir de amanhã, mas, segundo o administrador do fórum meteoiberia.com, as previsões para o Natal apontam para o regresso da neve.
Mário Marques, geógrafo especialista em riscos naturais, explica: "As cartas da temperatura do modelo americano mostram a pressão a aumentar na Gronelândia e a empurrar o ar frio para sul." E Portugal, onde já se sentem as baixas temperaturas, vai estar sujeito a "uma entrada de ar frio com alguma precipitação, o que, a partir do dia 23, em altitudes superiores a 600 metros, pode significar ne-ve", acrescenta o administrador do fórum meteoiberia.com.
Já as previsões do Instituto de Meteorologia apontam para subidas da temperatura a partir de segunda-feira, fixando-se em máximas de 16/170C e mínimas próximas destes valores, com chuva. A excepção verifica-se de hoje a oito dias, com uma mínima de nove graus em Lisboa e menos dois na Guarda.
A certeza é que as temperaturas mínimas vão estar negativas hoje e nos próximos dois dias em muitas zonas do País. Lisboa vai registar a mínima de um grau, mas a Guarda vai sentir cinco graus negativos. A câmara da capital tem acompanhado a situação, segundo um comunicado do gabinete de António Costa. As equipas de apoio aos sem-abrigo (câmara municipal e ONG) acordaram efectuar um "reforço" na distribuição de bebidas quentes e de vestuário, além da entrega de alimentos mais calóricos. É ainda aconselhada a utilização dos albergues da rede social aos que resistem a este tipo de apoio. Para já, dizem não ser necessário accionar o plano de contingência.
O gelo e a geada têm motivado uma corrida à lenha. José Lagarto diz que os stocks estão achegar ao fim. O "frio e o romantismo do Natal" aumentaram a procura, a que não é alheio o facto de as pessoas "terem mais algum dinheiro nesta época", afiança o vendedor, que tem estaleiro em Coimbrões, Viseu. Uma maior procura que fez disparar os preços. Enquanto em Novembro um metro cúbico de lenha, que equivale a uma tonelada, custava 150 euros, "nesta altura, custa 200. Misturada porque se for carvalho chega aos 230", adianta. E informa: "Tenho o estaleiro quase vazio. Estou a entregar dois tractores por dia o que nesta altura é muito bom porque este é um negócio que se faz no Verão."
(in Diário de Notícias).
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