segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Abandonados.





Lisboa
Há muitos donos a abandonar os animais
Hoje

Em 2009 foram recolhidos nas ruas mais de dois mil cães e gatos, mas apenas 183 voltaram para os donos, que os procuraram.

Os cães e gatos recolhidos nas ruas de Lisboa ultrapassaram os dois mil em 2009, mas apenas 183 voltaram para os donos, que os procuram na Internet, no canil/gatil municipal, em Monsanto, ou depois de notificados pela Polícia Municipal. Número maior é o dos donos que chegam ao canil/gatil para entregar os seus animais. Só no ano passado foram 951 cães e 447 gatos.

Antes de seguirem para adopção, os animais ficam pelo menos oito dias à "espera", ou então até se conseguir notificar o dono, disse à Lusa a chefe de divisão de higiene e controlo sanitário da Câmara de Lisboa, Luísa Costa Gomes, adiantando que "às vezes todos os dados são falsos e os donos fazem por não ser notificados".

Em termos de adopção no local, a taxa foi de 38%, dos quais 512 cães e 327 gatos. O perfil de quem adopta varia entre quem quer oferecer um animal a uma criança ou outro familiar ou simpatizantes da causa dos direitos dos animais, que através de contactos e informação tenta encontrar um novo lar. Mas os mais procurados, segundo Luís Costa Gomes, são os de raça, os saudáveis e os mais pequenos.

Em Setembro, por exemplo, a taxa de adopção aproximou-se dos 36%: 38 cães e 50 gatos; enquanto os números de recolha indicam 59 cães e 167 gatos. Na contabilidade dos que foram entregues directamente estão 88 cães e 49 gatos e os restituídos foram de 17 cães e nenhum gato.

Catorze cães dados como "perdidos" no site da câmara esperam pelos donos no canil/gatil municipal, mas as muitas pessoas que ali vão é para entregar animais. "Há muitos donos que vêm cá, mas é para entregar animais, infelizmente", contou ainda Luísa Costa Gomes. Alergias, o "cão que faz xixi" ou "roeu qualquer coisa em casa" são justificações ouvidas todos os dias para entregar os animais, que foram procurados enquanto "bebés, saudáveis e de raça" e na hipótese de ficarem para sempre como "peluches".

(in Diário de Notícias).

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