segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sopa dos Pobres.





Anjos: Centro de apoio social ajuda os mais carenciados

Sopa dos Pobres dá 350 refeições
"A vida não tem sido fácil. Andei perdido, deixei o emprego e perdi o contacto com a família. Pedi ajuda à Santa Casa da Misericórdia e o meu sonho é arranjar um emprego." A história de António, de 44 anos, é comum a um número cada vez maior de portugueses e o seu sonho é partilhado por milhares de desempregados.

Ana Carvalho Vacas/S.C.

No Centro de Apoio Social dos Anjos, em Lisboa, são servidos cerca de 193 almoços e 157 jantares por dia. Uma média de 350 refeições diárias, cerca de 127 mil refeições por ano. O refeitório serve almoços das 12h00 às 14h00 e entre as 18h00 e as 20h00 dá jantares. Doentes mentais, alcoólicos e toxicodependentes, na sua maioria homens, são os principais utentes deste Centro, mais conhecido como a Sopa dos Pobres.

Para além da alimentação, o Centro procura responder às múltiplas necessidades dos mais carenciados: alojamento, cuidados de higiene e saúde, vestuário e desenvolvimento de actividades ocupacionais. "A nossa missão é mobilizar as pessoas para a aquisição de competências sociais e pessoais para que se sintam incluídas na sociedade" diz Julieta Martins, directora da Unidade de Emergência e Apoio à Inserção.

CÁRITAS DIOCESANAS TÊM ARMÁRIOS VAZIOS

A Cáritas Portuguesa está a sentir dificuldades em responder a todas as solicitações que lhe têm chegado, nomeadamente ao nível da ajuda alimentar. Alguns centros de atendimento debatem-se já com ruptura de stocks. É o caso da Cáritas diocesana de Viseu, que até ao final do mês de Outubro distribuiu cerca de 60 toneladas de alimentos por mais de 8400 pessoas, ficando com o armazém praticamente vazio.

O presidente deste organismo, José Fernando Borges, diz que o número de pedidos de ajuda aumentou 41% do ano passado para este ano. Mas o caso de Viseu não é único no País. Em Braga, ainda não se verifica ruptura do stock mas começa a haver dificuldade para atender a todos os pedidos. "Infelizmente, já temos dito a algumas pessoas que terão de esperar algum tempo, porque os pedidos não param de chegar", disse ao CM o presidente da Cáritas de Braga, José Carlos Dias.

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, já alertou para "as dificuldades que a Igreja está a sentir, por falta de meios de ajuda".

(in Correio da Manhã).

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