Vistoria detectou problemas numa obra ao lado do prédio que ruiu
Por Ana Henriques e Marisa Soares
Fundações foram iniciadas sem sondagem ao terreno, o que pode ter ajudado a este desfecho, diz vereador. Construção acabou por ser embargada
CML vai propor mudança nos apoios à reabilitação
Uma vistoria efectuada ontem pela Câmara de Lisboa ao prédio em obras na Av. 5 de Outubro - e vizinho daquele que ontem ruiu - concluiu que o empreiteiro não tomou todas as precauções a que se tinha comprometido para evitar o colapso do edifício com o número 275. "A escavação das fundações não foi executada de acordo com as prescrições estabelecidas pela câmara", explicou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. "O empreiteiro devia, por exemplo, ter feito uma sondagem prévia que não fez." Questionado sobre se isso poderá ter estado na origem do sucedido, o autarca responde que é uma possibilidade.
Ontem esteve no local uma equipa de peritagem do Laboratório Nacional de Engenharia Civil para determinar isso mesmo. Caso se conclua que foram estas falhas a provocar a derrocada, Manuel Salgado garante que serão imputadas responsabilidades. Antes disso, vai ser preciso consolidar o que resta do velho edifício.
O PÚBLICO tentou contactar a Solatia, empresa responsável pela obra, agora embargada segundo Manuel Salgado, mas nos últimos dois dias ninguém esteve disponível para falar. Também a Alves Ribeiro, proprietária do prédio que ruiu, recusa prestar declarações.
O vereador do Urbanismo anunciou ainda que a câmara vai passar a exigir a quem quer demolir um prédio encostado a outros edifícios a que possa causar estragos um seguro que possa ser rapidamente accionado em casos como este. A derrocada do número 275 era esperada já desde segunda-feira, dia que foi evacuado o edifício, mas só ontem de manhã se concretizou. Por volta das 6h, começou por cair a fachada que ainda restava no prédio em obras e a estrutura metálica que sustentava a parede dos edifícios laterais. Três horas depois, a parte esquerda do 275 ruiu totalmente.
A vizinha residência de estudantes da Universidade Lusófona, evacuada na segunda-feira à noite, não sofreu com a derrocada. "Não houve alterações nos testemunhos [elementos utilizados nestes casos para detectar movimentos nas estruturas], mas vamos continuar a monitorizar, até porque a chuva pode provocar infiltrações", disse Emília Castela, chefe de Planeamento e Operações da Protecção Civil municipal. Nos próximos dias, vão começar os trabalhos de remoção e sustentação de algumas zonas. A área vai continuar interdita, pelo menos, durante um mês.
"Foram deixando os prédios desta rua degradar-se a tal ponto que já não havia nada a fazer", desabafou Paula Mesquita, que tem uma perfumaria ali perto. "O negócio está a ser prejudicado, com uma rua cortada, onde as pessoas não podem passar e nem podem estacionar", lamentou.
Em situação pior está o dono do restaurante que fica no rés-do-chão do prédio que ruiu. "O senhor fez obras há tão pouco tempo e agora foi obrigado a encerrar o estabelecimento", disse Paula Mesquita. Os 14 empregados deste estabelecimento e os três funcionários da farmácia que fica no rés-do-chão do número 283 não podem, por agora, trabalhar. com Helena Geraldes
(in Público).
Ontem esteve no local uma equipa de peritagem do Laboratório Nacional de Engenharia Civil para determinar isso mesmo. Caso se conclua que foram estas falhas a provocar a derrocada, Manuel Salgado garante que serão imputadas responsabilidades. Antes disso, vai ser preciso consolidar o que resta do velho edifício.
O PÚBLICO tentou contactar a Solatia, empresa responsável pela obra, agora embargada segundo Manuel Salgado, mas nos últimos dois dias ninguém esteve disponível para falar. Também a Alves Ribeiro, proprietária do prédio que ruiu, recusa prestar declarações.
O vereador do Urbanismo anunciou ainda que a câmara vai passar a exigir a quem quer demolir um prédio encostado a outros edifícios a que possa causar estragos um seguro que possa ser rapidamente accionado em casos como este. A derrocada do número 275 era esperada já desde segunda-feira, dia que foi evacuado o edifício, mas só ontem de manhã se concretizou. Por volta das 6h, começou por cair a fachada que ainda restava no prédio em obras e a estrutura metálica que sustentava a parede dos edifícios laterais. Três horas depois, a parte esquerda do 275 ruiu totalmente.
A vizinha residência de estudantes da Universidade Lusófona, evacuada na segunda-feira à noite, não sofreu com a derrocada. "Não houve alterações nos testemunhos [elementos utilizados nestes casos para detectar movimentos nas estruturas], mas vamos continuar a monitorizar, até porque a chuva pode provocar infiltrações", disse Emília Castela, chefe de Planeamento e Operações da Protecção Civil municipal. Nos próximos dias, vão começar os trabalhos de remoção e sustentação de algumas zonas. A área vai continuar interdita, pelo menos, durante um mês.
"Foram deixando os prédios desta rua degradar-se a tal ponto que já não havia nada a fazer", desabafou Paula Mesquita, que tem uma perfumaria ali perto. "O negócio está a ser prejudicado, com uma rua cortada, onde as pessoas não podem passar e nem podem estacionar", lamentou.
Em situação pior está o dono do restaurante que fica no rés-do-chão do prédio que ruiu. "O senhor fez obras há tão pouco tempo e agora foi obrigado a encerrar o estabelecimento", disse Paula Mesquita. Os 14 empregados deste estabelecimento e os três funcionários da farmácia que fica no rés-do-chão do número 283 não podem, por agora, trabalhar. com Helena Geraldes
(in Público).
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