Lisboa: Dados do pelouro da habitação da Câmara Municipal
Mil prédios estão em risco de cair
A cidade de Lisboa tem cerca de oito mil edifícios não municipais em mau ou muito mau estado de conservação e, destes, cerca de mil apresentam mesmo um grande risco de derrocada. Os dados são do pelouro da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa e foram compilados em Fevereiro, mas, segundo o director municipal da Protecção Civil, Vítor Vieira, "o número actual não deve diferir muito, e já é muito significativo".
Por:Helder Almeida/P.P.M.
Estes dados ganham relevo numa altura em que se esperava que um prédio na avenida 5 de Outubro, em Lisboa, evacuado anteontem à tarde, ruísse a qualquer momento. Até ao fecho desta edição, a estrada continuava cortada no sentido Norte-Sul. "O edifício está bastante degradado e, se entretanto não cair, vai ter de ser demolido", explica Vítor Vieira ao CM. Já em Fevereiro, numa reunião do executivo municipal, a vereadora com o pelouro da Habitação tinha dado o aviso. "A dimensão do risco de derrocada em Lisboa é enorme", alertou Helena Roseta, avançando que "a câmara, sozinha, não vai conseguir fazer frente a isto, nem os proprietários, sozinhos, conseguem". Defendeu, por isso, um programa de apoio à reabilitação urbana na capital.
Segundo os dados da câmara, dos 54 934 edifícios não municipais em Lisboa, 7757 estão em mau estado ou muito mau estado de conservação e 972 apresentam grande risco de segurança. Em termos geográficos, a freguesia com maior percentagem de edifícios não municipais em mau ou muito mau estado de conservação é a de Coração de Jesus. Quase metade dos 698 edifícios está nestas condições. Até ao fecho desta edição, não foi possível obter um esclarecimento junto do pelouro da Habitação.
"RECEIO QUE ISTO VÁ TUDO ABAIXO"
Quem mora ou trabalha junto de prédios degradados ou em risco de ruir vive "com o coração nas mãos". É o caso de Fernando Lopes, 50 anos, que explora a Leitaria Brilhante, nas escadinhas de S. Cristóvão, que dão acesso à rua da Madalena, na Baixa. "O piso deste prédio está a abater porque os prédios das traseiras ruíram. Vivo com o receio de que isto vá tudo abaixo", conta. Mas em muitos pontos da cidade é possível observar prédios em muito mau estado. Na rua de S. Bento, dois prédios frente a frente tiveram de ser demolidos.
ALUNOS RETIRAM ROUPAS E LIVROS DE RESIDÊNCIA
Cerca de 50 estudantes universitários, maioritariamente da Universidade Lusófona, puderam retirar ontem, ao final da tarde, com a supervisão da Protecção Civil, roupa, objectos de higiene pessoal e livros da residência que tiveram de abandonar anteontem, devido à derrocada iminente de um prédio na avenida 5 de Outubro, em Lisboa. "Os pisos estão a desagregar--se e hoje [ontem] já abateu mais um pouco", explicou ao CM o director Municipal da Protecção Civil, Vítor Vieira.
No local, alguns estudantes explicaram ao CM que houve colegas que não conseguiram tirar tudo. "Como cheguei há pouco tempo, consegui tirar a roupa e os livros, mas conheço pessoas que tiveram de deixar televisores e computadores", referiu Natacha Melo, 20 anos, estudante de psicologia.
(in Correio da Manhã).
Mil prédios estão em risco de cair
A cidade de Lisboa tem cerca de oito mil edifícios não municipais em mau ou muito mau estado de conservação e, destes, cerca de mil apresentam mesmo um grande risco de derrocada. Os dados são do pelouro da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa e foram compilados em Fevereiro, mas, segundo o director municipal da Protecção Civil, Vítor Vieira, "o número actual não deve diferir muito, e já é muito significativo".
Por:Helder Almeida/P.P.M.
Estes dados ganham relevo numa altura em que se esperava que um prédio na avenida 5 de Outubro, em Lisboa, evacuado anteontem à tarde, ruísse a qualquer momento. Até ao fecho desta edição, a estrada continuava cortada no sentido Norte-Sul. "O edifício está bastante degradado e, se entretanto não cair, vai ter de ser demolido", explica Vítor Vieira ao CM. Já em Fevereiro, numa reunião do executivo municipal, a vereadora com o pelouro da Habitação tinha dado o aviso. "A dimensão do risco de derrocada em Lisboa é enorme", alertou Helena Roseta, avançando que "a câmara, sozinha, não vai conseguir fazer frente a isto, nem os proprietários, sozinhos, conseguem". Defendeu, por isso, um programa de apoio à reabilitação urbana na capital.
Segundo os dados da câmara, dos 54 934 edifícios não municipais em Lisboa, 7757 estão em mau estado ou muito mau estado de conservação e 972 apresentam grande risco de segurança. Em termos geográficos, a freguesia com maior percentagem de edifícios não municipais em mau ou muito mau estado de conservação é a de Coração de Jesus. Quase metade dos 698 edifícios está nestas condições. Até ao fecho desta edição, não foi possível obter um esclarecimento junto do pelouro da Habitação.
"RECEIO QUE ISTO VÁ TUDO ABAIXO"
Quem mora ou trabalha junto de prédios degradados ou em risco de ruir vive "com o coração nas mãos". É o caso de Fernando Lopes, 50 anos, que explora a Leitaria Brilhante, nas escadinhas de S. Cristóvão, que dão acesso à rua da Madalena, na Baixa. "O piso deste prédio está a abater porque os prédios das traseiras ruíram. Vivo com o receio de que isto vá tudo abaixo", conta. Mas em muitos pontos da cidade é possível observar prédios em muito mau estado. Na rua de S. Bento, dois prédios frente a frente tiveram de ser demolidos.
ALUNOS RETIRAM ROUPAS E LIVROS DE RESIDÊNCIA
Cerca de 50 estudantes universitários, maioritariamente da Universidade Lusófona, puderam retirar ontem, ao final da tarde, com a supervisão da Protecção Civil, roupa, objectos de higiene pessoal e livros da residência que tiveram de abandonar anteontem, devido à derrocada iminente de um prédio na avenida 5 de Outubro, em Lisboa. "Os pisos estão a desagregar--se e hoje [ontem] já abateu mais um pouco", explicou ao CM o director Municipal da Protecção Civil, Vítor Vieira.
No local, alguns estudantes explicaram ao CM que houve colegas que não conseguiram tirar tudo. "Como cheguei há pouco tempo, consegui tirar a roupa e os livros, mas conheço pessoas que tiveram de deixar televisores e computadores", referiu Natacha Melo, 20 anos, estudante de psicologia.
(in Correio da Manhã).
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