
Limpar 'graffiti' da Sé custa no mínimo 10 mil euros
In Diário de Notícias (6/11/2010)
«A limpeza da Sé Catedral de Lisboa está a cargo da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, a quem está afecta, e custará entre os 10 mil e os 20 mil euros, mais IVA. Em causa estão as frases alegadamente inscritas por grupos anarquistas, há pelo menos uma semana, na fachada principal daquele monumento.
João Soalheiro, director regional daquele organismo, disse ao DN que já foram desencadeados "os procedimentos de diagnóstico e definição de metodologia a aplicar, através de consulta a entidades credenciadas".
A demora, esclareceu, deve-se à natural fragilidade do edifício em causa, que impossibilita a "aplicação dos métodos usuais no âmbito da limpeza urbana, por serem demasiado intrusivos". Para além disso, há ainda de ter em conta a "morosidade das operações", "entre os 20 e os 45 dias".
Ao todo, e dependendo das metodologias a ser aplicadas, o custo total dos trabalhos variará entre os 10 mil e os 20 mil euros, mais IVA.
Por esclarecer continua a situação do Mosteiro de S. Vicente de Fora, onde está sediado o Patriarcado de Lisboa. O DN tentou, durante o dia de ontem, contactar aquela instituição, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.
João Camolas, assessor de imprensa do Gabinete do vereador José Sá Fernandes, responsável pelo Pelouro de Ambiente Urbano e Espaço Público da Câmara de Lisboa, também sublinhou ao DN que a técnica de limpeza deste tipo de edifícios "é muito mais sensível" do que a habitualmente utilizada na remoção dos graffiti, como aconteceu recentemente no Bairro Alto.
Certo é que inscrições cobrem as fachadas dos dois edifícios em causa há já algumas semanas. Para João Baioneto, responsável pelo pelouro do Património da Junta de Freguesia da Sé, o problema principal está no facto de ter quase a certeza de que, após a limpeza que "mais cedo ou mais tarde" terá lugar, os graffiti voltarão a aparecer.
Defende, por isso, que "o que é preciso é que as pessoas se sensibilizem" do respeito que é preciso ter pelos monumentos, principalmente quando em causa está um edifício que "fez há dias 863 anos", como é o caso da Sé Catedral.»
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