Voluntárias vão a funerais de sem-abrigo
Morreram 149 pessoas nos hospitais e ruas de Lisboa desde o início do ano, sem que as famílias aparecessem nos funerais. As cerimónias fizeram-se com a presença de um grupo de mulheres da Irmandade da Misericórdia que tem por missão assistir aos enterros de quem não tem ninguém.
Ana Campos Reis recebe um fax e, pouco depois, uma mensagem de telemóvel a avisar que vai realizar-se mais uma cerimónia fúnebre na capital. Chega à igreja com um pequeno ramo de flores e com o seu missal e ali permanece, silenciosa. No início, conta, havia funcionários que "estranhavam" a sua presença. "Era uma mulher ali sozinha", recorda a funcionária da Santa Casa da Misericórdia, 57 anos. Hoje muitos juntam-se a ela. "Agora, há enterros onde chegam a estar umas dez pessoas", orgulha-se Ana Reis, que em apenas um dia esteve em 12 funerais.
Ela é uma das irmãs da Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa (IMSRL), que há seis anos iniciou esta missão de acompanhar os que "não têm ninguém". Ana já o fazia: "Sempre fiz questão de acompanhar até à última morada as pessoas que estavam no meu serviço", diz a funcionária da Misericórdia.
Entretanto, começou a fazê-lo através da irmandade, que, desde Maio de 2004, já realizou "898 enterros de homens, mulheres e crianças, oriundos de diferentes países, que, sem família, sem abrigo e sem amor, morreram na cidade de Lisboa", conta à Lusa Mário Pinto Coelho, vice irmão provedor da IMSRL. "Este ano acompanhámos 149 funerais de pessoas cujos corpos não foram reclamados. Morreram nos hospitais civis e depois foram para o Instituto de Medicina Legal."
A Santa Casa da Misericórdia faz o pagamento à agência funerária que trata do enterro e a irmandade acompanha "com uma oração, com um ramo de flores, com a dignidade que não tiveram praticamente ao longo de toda a sua vida". Hoje, no final da tarde, na Basílica dos Mártires, os irmãos da irmandade vão rezar por todos aqueles que durante este ano acompanharam no funeral.
(in Jornal de Notícias).
Morreram 149 pessoas nos hospitais e ruas de Lisboa desde o início do ano, sem que as famílias aparecessem nos funerais. As cerimónias fizeram-se com a presença de um grupo de mulheres da Irmandade da Misericórdia que tem por missão assistir aos enterros de quem não tem ninguém.
Ana Campos Reis recebe um fax e, pouco depois, uma mensagem de telemóvel a avisar que vai realizar-se mais uma cerimónia fúnebre na capital. Chega à igreja com um pequeno ramo de flores e com o seu missal e ali permanece, silenciosa. No início, conta, havia funcionários que "estranhavam" a sua presença. "Era uma mulher ali sozinha", recorda a funcionária da Santa Casa da Misericórdia, 57 anos. Hoje muitos juntam-se a ela. "Agora, há enterros onde chegam a estar umas dez pessoas", orgulha-se Ana Reis, que em apenas um dia esteve em 12 funerais.
Ela é uma das irmãs da Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa (IMSRL), que há seis anos iniciou esta missão de acompanhar os que "não têm ninguém". Ana já o fazia: "Sempre fiz questão de acompanhar até à última morada as pessoas que estavam no meu serviço", diz a funcionária da Misericórdia.
Entretanto, começou a fazê-lo através da irmandade, que, desde Maio de 2004, já realizou "898 enterros de homens, mulheres e crianças, oriundos de diferentes países, que, sem família, sem abrigo e sem amor, morreram na cidade de Lisboa", conta à Lusa Mário Pinto Coelho, vice irmão provedor da IMSRL. "Este ano acompanhámos 149 funerais de pessoas cujos corpos não foram reclamados. Morreram nos hospitais civis e depois foram para o Instituto de Medicina Legal."
A Santa Casa da Misericórdia faz o pagamento à agência funerária que trata do enterro e a irmandade acompanha "com uma oração, com um ramo de flores, com a dignidade que não tiveram praticamente ao longo de toda a sua vida". Hoje, no final da tarde, na Basílica dos Mártires, os irmãos da irmandade vão rezar por todos aqueles que durante este ano acompanharam no funeral.
(in Jornal de Notícias).
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