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Reverse Graffiti. "Pára de limpar as minhas cenas!" Grafitar não tem de ser crime
por Maria Espírito Santo,
por Maria Espírito Santo,
A técnica consiste em limpar, em vez de rabiscar. Campanhas publicitárias e outros movimentos estão a aproveitar esta disciplina para espalhar a sua mensagem pelas ruas
Já aconteceu a qualquer um: encontrar o carro rabiscado com comentários ou smiles de quem passou, reparou na sujidade e decidiu envergonhar o dono da viatura. Quem acabou de chegar de um festival de Verão bem poeirento, geralmente confronta-se com este género de ritual. Os autores destes comentários tantas vezes ofensivos eram afinal verdadeiros visionários.
Chama-se Paul Curtis, mas gosta de lhe chamem Moose (alce, em português). Foi o homem que começou a limpar as paredes das ruas e a fazer da limpeza uma arte. No Verão de 2008 encheu o túnel da San Francisco Broadway de contrastes a preto-e-branco, feitos com jactos de água. O artista preencheu cerca de 43 metros de parede com imitações das árvores e plantas californianas que ali existiam antes da construção subterrânea.
A partir da ideia do "professor da sujidade" criou-se uma maneira inovadora - e acima de tudo ecológica - de transmitir uma mensagem. A Green Works foi a empresa que patrocinou o mural e disponibilizou um detergente amigo do ambiente para Moose fazer a sua arte.
O mural foi só o rastilho para gerar um movimento de limpeza com atitude. Paul Curtis tem agora uma empresa, a Symbollix, que já trabalhou com clientes tão diferentes como a EA Sports, o Big Brother ou organizações (da Greenpeace à polícia local). O trabalho de Paul tem duas vertentes: o anúncio comercial e as mensagens de preocupação social ou moral. O objectivo é transmitir uma ideia utilizando meios originais, directos, públicos e, claro, ecológicos. Do patrocínio de marcas conhecidas, como a Smirnoff, a iniciativas para parar de fumar, limpar paredes pode servir para tudo.
O reverse graffiti já criou controvérsia com as autoridades, que parecem confusas com o fenómeno. "Talvez haja uma lei para isso", ironiza Paul, "que não se possa limpar propriedade alheia. ''Pára de limpar as minhas cenas''!".
Alexandre Orion, ou Ossário, como é conhecido, enfeitou o túnel de Max Feffer, em São Paulo, com reverse graffiti. Com pequenos pedaços de pano, o artista plástico esfregou as paredes do túnel, desenhando uma série de caveiras. Os contrastes a preto-e-branco servem para evidenciar os vestígios da poluição.
Scott Wade é outro nome de referência no meio. É um old school, que ainda trabalha com carros pouco asseados. O criador da Dirty Car Art descobriu que com a ajuda de um pincel podia rabiscar na porcaria e recriar quadros famosos, personalidades ou outros elementos do imaginário popular.
Até ver, o único inconveniente desta arte é poder ser destruída por um mero chuvisco. Porém, como confirma Scott, "Podes criar algo bonito que depois desaparece rapidamente. Não estamos aqui para sempre. Somos como flores: florescemos e morremos. Então tens de ir aproveitando a vida".
(in jornal «i»).
A partir da ideia do "professor da sujidade" criou-se uma maneira inovadora - e acima de tudo ecológica - de transmitir uma mensagem. A Green Works foi a empresa que patrocinou o mural e disponibilizou um detergente amigo do ambiente para Moose fazer a sua arte.
O mural foi só o rastilho para gerar um movimento de limpeza com atitude. Paul Curtis tem agora uma empresa, a Symbollix, que já trabalhou com clientes tão diferentes como a EA Sports, o Big Brother ou organizações (da Greenpeace à polícia local). O trabalho de Paul tem duas vertentes: o anúncio comercial e as mensagens de preocupação social ou moral. O objectivo é transmitir uma ideia utilizando meios originais, directos, públicos e, claro, ecológicos. Do patrocínio de marcas conhecidas, como a Smirnoff, a iniciativas para parar de fumar, limpar paredes pode servir para tudo.
O reverse graffiti já criou controvérsia com as autoridades, que parecem confusas com o fenómeno. "Talvez haja uma lei para isso", ironiza Paul, "que não se possa limpar propriedade alheia. ''Pára de limpar as minhas cenas''!".
Alexandre Orion, ou Ossário, como é conhecido, enfeitou o túnel de Max Feffer, em São Paulo, com reverse graffiti. Com pequenos pedaços de pano, o artista plástico esfregou as paredes do túnel, desenhando uma série de caveiras. Os contrastes a preto-e-branco servem para evidenciar os vestígios da poluição.
Scott Wade é outro nome de referência no meio. É um old school, que ainda trabalha com carros pouco asseados. O criador da Dirty Car Art descobriu que com a ajuda de um pincel podia rabiscar na porcaria e recriar quadros famosos, personalidades ou outros elementos do imaginário popular.
Até ver, o único inconveniente desta arte é poder ser destruída por um mero chuvisco. Porém, como confirma Scott, "Podes criar algo bonito que depois desaparece rapidamente. Não estamos aqui para sempre. Somos como flores: florescemos e morremos. Então tens de ir aproveitando a vida".
(in jornal «i»).
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