Discotecas de Lisboa fecham de manhã com tiros e facadas
por LUÍS FONTES
Seguranças do Kremlin e do Dock's são suspeitos de agressões a clientes.
A madrugada de ontem foi violenta, com tiros e facadas à porta das discotecas Kremlin e Dock's Club, em Lisboa. Em ambos os casos, segundo fonte da PSP, estiveram envolvidos seguranças dos estabelecimentos que estariam armados.
O caso mais grave aconteceu à porta do Kremlin, segundo ficou registado no auto de ocorrência da Polícia, pelas 07.30. Um grupo de clientes terá discutido e posteriormente envolveu-se em confrontos físicos com seguranças do estabelecimento. Já no exterior do estabelecimento, terão vandalizado o carro de um dos seguranças.
O dono do carro terá reagido a tiro. "Foram efectuados vários disparos e um deles acertou na perna de um dos clientes expulsos da casa", informou fonte policial.
A vítima, de 28 anos, foi transportada para o Hospital de S. José, mas teve alta ainda ontem.
O segurança também terá sido agredido com uma cadeira na cabeça, mas prescindiu de acompanhamento médico.
O homem suspeito de ter efectuado os disparos foi identificado pela PSP, e ontem esteve a prestar declarações na Polícia Judiciária, e a fazer exames no Laboratório de Polícia Científica.
"Nenhum dos presentes conseguiu 'colocar' de forma cabal a arma nas mãos do suspeito", explicou fonte policial.
Como a arma não foi localizada pela Polícia, os investigadores tentaram ontem fazer exames para procurar vestígios de pólvora nas mãos do suspeito.
Momentos antes, pelas 06.05, já tinham acontecido desacatos à porta da discoteca Dock's Club, na Rua da Cintura do Porto de Lisboa.
"Houve um desentendimento entre vigilantes e três clientes que foram colocados na rua", contou fonte policial.
No exterior, os clientes - que foram identificados pela PSP - atiraram pedras e garrafas contra o estabelecimento. Um vidro da discoteca foi partido.
Um dos seguranças, segundo foi denunciado às autoridades, puxou de uma navalha e esfaqueou um dos clientes que tinha metido na rua. Segundo informações da polícia, "o jovem tinha um ferimento ligeiro, mas foi de ambulância para o Hospital de S. José".
A vítima não terá sido atendida no serviço de urgências do hospital. "Deve ter saído de ambulância a meio do caminho. Não conseguimos localizá-lo", conta a mesma fonte.
Também neste caso a arma do crime não foi localizada.
Em ambas as situações, as autoridades policiais pediram imagens dos circuitos de videovigilância dos estabelecimentos.
Os problemas entre clientes e vigilantes/seguranças à porta da discoteca Kremlin são recorrentes. "É o problema das casas que funcionam after hours. O consumo de álcool está associado à violência gratuita", revela fonte policial.
Em Abril, uma operação policial levou a que cerca de cem pessoas, entre clientes e funcionários da casa, fossem revistadas.
Um cliente com um mandado de detenção foi capturado, um funcionário foi detido por agressão à PSP e foram apreendidos um revólver, duas soqueiras, cocaína e haxixe.
A 6 de Fevereiro, também à porta do Kremlin, três pessoas foram baleadas nas pernas e uma atingida com uma garrafa na cabeça. Em Março, também foram disparados vários tiros à porta da casa de diversão nocturna sem que se registassem vítimas.
(in Diário de Notícias).
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