"Morar no Intendente é viver como refém"
Telma Roque
De dia ou de noite, a prostituição e o tráfico de droga continuam a marcar o quotidiano do Largo do Intendente, em Lisboa. Moradores e Junta de Freguesia garantem que o cenário é cada vez mais preocupante.
João Grave, o autarca dos Anjos, teme inclusive o aparecimento de milícias populares. “Viver no Intendente é viver como refém dentro da própria casa. As pessoas sentem-se tão inseguras que têm medo de sair, sobretudo à noite”, reforça, por sua vez, Júlio Sequeira, secretário da Junta dos Anjos.
Almeida da Silva é um dos poucos moradores que ainda se mantém no Largo do Intendente. Vive ali há 40 anos e lamenta que não haja soluções capazes de fazer desaparecer o flagelo da prostituição e da droga. “Prostituição sempre houve, mas a droga não. O desaparecimento do Casal Ventoso veio piorar esta triste realidade. Depois das 18 horas nunca saio de casa”, sublinha.
O problema da insegurança foi, recentemente, tema de debate entre a Junta de Freguesia, moradores, comerciantes, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, e representantes do executivo da Câmara e PSP. Outros encontros se seguirão. “Não vamos deixar cair este assunto”, frisa Júlio Sequeira.
Segundo o secretário da Junta, as queixas relativas a furtos, roubos e agressões sucedem-se. Avança que, “a partir de certa hora, o sexo e o consumo de drogas é feito até nas escadas dos prédios”. Júlio Sequeira explica que, perante tudo isto, a PSP alega “não ter meios e efectivos para estar em todo o lado ao mesmo tempo”.
Além da PSP, também a Polícia Municipal tem intensificado a sua presença. Mas a actuação dos agentes está a suscitar algum descontentamento. Há vários anos que o estacionamento foi proibido no largo, mas, pouco a pouco os carros estão a voltar. Alguns moradores e lojistas que ali estacionam têm visto os seus carros serem multados. Outros há, que apesar de estarem em transgressão e sem qualquer dístico, passam ao lado das multas, como constatou o JN.
Isabel Teixeira, da loja/fábrica de Azulejos da Viúva Lamego, há muito que aguarda autorização para estacionar no largo, em frente à loja. Apenas o pode fazer na Rua dos Anjos e na Travessa Cidadão João Gonçalves. No início de Março foi multada. “Sabiam que era o meu carro, mas esperaram eu sair para almoço para me passarem a multa”. O mesmo tem acontecido com clientes da loja. “Por vezes são grandes encomendas e estamos a falar de materiais pesados e delicados”, explica.
Confrontado pelo JN sobre a ausência de regras claras na questão do estacionamento, André de Jesus Gomes, comandante da Polícia Municipal, assegurou que vai “averiguar em pormenor o que se passa” com a Junta de Freguesia.
Entretanto, a Câmara decidiu integrar o Intendente na proposta que está a elaborar para a criação de videovigilância na zona da Baixa. António Costa, presidente da autarquia lisboeta, já veio garantir que intervir no Intendente é uma «questão prioritária».
Telma Roque
De dia ou de noite, a prostituição e o tráfico de droga continuam a marcar o quotidiano do Largo do Intendente, em Lisboa. Moradores e Junta de Freguesia garantem que o cenário é cada vez mais preocupante.
João Grave, o autarca dos Anjos, teme inclusive o aparecimento de milícias populares. “Viver no Intendente é viver como refém dentro da própria casa. As pessoas sentem-se tão inseguras que têm medo de sair, sobretudo à noite”, reforça, por sua vez, Júlio Sequeira, secretário da Junta dos Anjos.
Almeida da Silva é um dos poucos moradores que ainda se mantém no Largo do Intendente. Vive ali há 40 anos e lamenta que não haja soluções capazes de fazer desaparecer o flagelo da prostituição e da droga. “Prostituição sempre houve, mas a droga não. O desaparecimento do Casal Ventoso veio piorar esta triste realidade. Depois das 18 horas nunca saio de casa”, sublinha.
O problema da insegurança foi, recentemente, tema de debate entre a Junta de Freguesia, moradores, comerciantes, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, e representantes do executivo da Câmara e PSP. Outros encontros se seguirão. “Não vamos deixar cair este assunto”, frisa Júlio Sequeira.
Segundo o secretário da Junta, as queixas relativas a furtos, roubos e agressões sucedem-se. Avança que, “a partir de certa hora, o sexo e o consumo de drogas é feito até nas escadas dos prédios”. Júlio Sequeira explica que, perante tudo isto, a PSP alega “não ter meios e efectivos para estar em todo o lado ao mesmo tempo”.
Além da PSP, também a Polícia Municipal tem intensificado a sua presença. Mas a actuação dos agentes está a suscitar algum descontentamento. Há vários anos que o estacionamento foi proibido no largo, mas, pouco a pouco os carros estão a voltar. Alguns moradores e lojistas que ali estacionam têm visto os seus carros serem multados. Outros há, que apesar de estarem em transgressão e sem qualquer dístico, passam ao lado das multas, como constatou o JN.
Isabel Teixeira, da loja/fábrica de Azulejos da Viúva Lamego, há muito que aguarda autorização para estacionar no largo, em frente à loja. Apenas o pode fazer na Rua dos Anjos e na Travessa Cidadão João Gonçalves. No início de Março foi multada. “Sabiam que era o meu carro, mas esperaram eu sair para almoço para me passarem a multa”. O mesmo tem acontecido com clientes da loja. “Por vezes são grandes encomendas e estamos a falar de materiais pesados e delicados”, explica.
Confrontado pelo JN sobre a ausência de regras claras na questão do estacionamento, André de Jesus Gomes, comandante da Polícia Municipal, assegurou que vai “averiguar em pormenor o que se passa” com a Junta de Freguesia.
Entretanto, a Câmara decidiu integrar o Intendente na proposta que está a elaborar para a criação de videovigilância na zona da Baixa. António Costa, presidente da autarquia lisboeta, já veio garantir que intervir no Intendente é uma «questão prioritária».
(Jornal de Notícias).
Sem comentários:
Enviar um comentário