terça-feira, 6 de abril de 2010

Pastilhas. Elásticas.















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Pastilhas elásticas agarradas aos passeios começaram a ser arrancadas no Rossio

Remover cada uma destas crostas enegrecidas do pavimento sai mais caro do que comprar uma pastilha. Se resultar, experiência de seis meses terá continuidade
São boas enquanto duram. Depois... chão com elas. O destino de mais de metade das pastilhas elásticas mascadas é ficarem coladas ao chão, crostas enegrecidas pisadas e repisadas sem dó nem piedade, a tornarem as cidades mais feias. Mais sujas. Ao contrário de muitas congéneres suas na Europa e nos Estados Unidos, Lisboa ainda não tinha tentado pôr cobro a este flagelo, que, na opinião do responsável camarário pela limpeza da cidade, Ângelo Mesquita, "é pior que as cuspidelas". Porquê? "Porque uma pastilha não sai do pavimento com uma simples lavagem. Absorve a sujidade dos sapatos, a poluição atmosférica". A operação de arranque de pastilhas dos passeios de Lisboa entrou ontem no seu segundo dia. Dois homens armados de maquinaria especial para o efeito atacaram a martirizada placa central do Rossio, local onde deverão continuar hoje a trabalhar. Depois continuarão Rua Augusta fora, até ao rio. Nos próximos seis meses, as ruas da capital vão andar mais limpas - não por iniciativa da autarquia, mas da empresa que comercializa em Portugal uma tecnologia nascida há 12 anos na Holanda. Foi depois de contactada pela Purigi, a firma portuguesa que trouxe para cá a marca Gumbusters, que a Câmara de Lisboa decidiu desembolsar perto de 40 mil euros por esta experiência. "Se obtivermos bons resultados, lançaremos um concurso público" para continuar, adianta Ângelo Mesquita. Cada gum buster - ou caça-pastilhas - faz-se acompanhar de um trolley com gerador incorporado de onde sai uma espécie de mangueira que termina num tubo semelhante ao dos aspiradores. "É usado um vapor seco, cujo calor amolece a pastilha, e um detergente de ph neutro, que ajuda a dissolvê-la", explica o director da Purigi, o engenheiro do ambiente Tiago Silva. O processo fica completo com a ajuda de uma pequena escova. "A cidade está bastante contaminada", observa. Para Tiago Silva, é por desconhecerem o seu impacto na limpeza da cidade e os custos do seu arranque que os transeuntes insistem na falta de civismo. "Antes de ter este projecto, eu próprio era capaz de deixar cair uma ou outra pastilha no chão, se não tivesse um caixote do lixo à mão", admite. No Porto, a Purigi ajudou a remover esta praga na estação da Trindade, a expensas do metro. É verdade: o preço unitário de remoção de uma pastilha é de 35 cêntimos. Um custo que "é superior ao da própria pastilha", salienta o mesmo técnico.
(in Público).

3 comentários:

Bic Laranja disse...

Antigamente endireitavam-se passeios e era 'tecnologia' suficiente para esta parvoíce e muito mais.
Cambada de 'Gum' bostas.
Cumpts.

Gastão de Brito e Silva disse...

Já tinha lido sobre este sistema que foi adoptado em Valença (Espanha), à já uns anos...

Creio que sairia mais barato uma campanha de civismo...

Mas se virmos pelo lado positivo...tem "muita pinta" arrancar pastilhas com uma engenhoca do Sec. XXI...é o progresso...

Marota disse...

Qual o grau de parentesco entre "os autarcas" e a empresa que comercializa este aparelho?