terça-feira, 6 de abril de 2010

É oficial: Costa anuncia geminação Lisboa-Nápoles.

















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Lixo vai começar a amontoar-se hoje pelas ruas da capital devido à greve do pessoal
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Protesto dos 3000 trabalhadores da higiene urbana só termina amanhã. Sindicatos falam de uma adesão acima dos 75 por cento, enquanto a autarquia remete para 62 por cento
Os lisboetas que ainda não fizeram a limpeza geral da casa depois da Páscoa, eliminando os restos dos pacotes de amêndoas ou os embrulhos de prata dos ovos de chocolate, é melhor esperarem até quinta-feira. Caso contrário, vão ver o seu lixo amontoar-se durante 48 horas na rua, ao lado dos sacos dos vizinhos.

A greve do pessoal responsável pela higiene urbana de Lisboa, que começou ontem às 6h00, tem mais dois dias pela frente (hoje e amanhã) e promete deixar os contentores a abarrotar, os sacos de plástico a invadir os passeios e algum odor desagradável no ar. Os sindicatos falam de uma adesão que, nalguns casos, chega aos 95 por cento, enquanto a câmara se fica pelos 61. Mais consensual parece ser o efeito da greve.

Os sindicatos dizem que a situação se complicará já a partir de hoje e que a recolha do lixo só estará normalizada na próxima semana. A autarquia apela a que os lisboetas guardem os resíduos sólidos em casa, até que os camiões voltem a circular. É que o lixo já amontoado não é apenas o resultado do primeiro dia de greve, mas também de um dia só com os serviços essenciais (feriado da Páscoa) e da folga dos trabalhadores da limpeza na noite de domingo para segunda.

Ontem, "a câmara ainda conseguia fazer alguma recolha de sacos deixados ao pé dos contentores com carrinhas de caixa aberta, mas a partir de hoje vai acumular-se mais lixo, sobretudo na Baixa lisboeta", disse ao PÚBLICO Delfino Serras, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (SMTL).

Mais subsídio de risco

Além dos serviços mínimos de limpeza junto dos hospitais e mercados, só se realizou ontem um circuito de remoção de resíduos na zona oriental da cidade. O SMTL fala de uma adesão de 95 por cento no serviço de recolha. Entre todos os outros serviços - desde oficinas mecânicas, brigada de colectores e limpeza urbana em geral - a adesão à greve superou os 75 por cento. Já a Câmara de Lisboa diz que só 61,9 por cento dos trabalhadores dos serviços de higiene urbana aderiram à paralisação.

Os grevistas exigem a actualização do subsídio de insalubridade, penosidade e risco. Este suplemento é recebido pelos cerca de 3000 trabalhadores que se encarregam diariamente da limpeza urbana, além de coveiros, calceteiros, cantoneiros, operários das oficinas, motoristas de serviços especiais, entre outros. "Esse valor - cerca de 3,63 euros por dia - já se mantém há anos e tem de ser actualizado", defende Vítor de Jesus, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (STAL). Os trabalhadores recebem, em média, 650 euros por mês.

"Estamos à espera que a câmara faça uma proposta formal", revela Delfino Serras. Na reunião de câmara da passada quarta-feira, o presidente da autarquia, António Costa, anunciou que iria pedir um parecer jurídico sobre a possibilidade de actualizar o subsídio de insalubridade dos trabalhadores. O autarca propôs ainda que, caso o parecer não vá ao encontro das reivindicações dos trabalhadores, seja um tribunal arbitral a decidir sobre a matéria.

(in Público).

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