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Greve pode impedir recolha de lixo a seguir à Páscoa em Lisboa
Lisboa, 31 mar (Lusa) - Os trabalhadores municipais de Lisboa marcaram greve de segunda a quarta feira pela atualização do suplemento de insalubridade, uma paralisação que deve afetar sobretudo a recolha de lixo nos dias a seguir à Páscoa.
A greve é pela atualização do Suplemento de Insalubridade, Penosidade e Risco, pago aos cerca de três mil trabalhadores que diariamente se encarregam da limpeza urbana, do trabalho nos cemitérios (coveiros) e no canil, além de calceteiros, cantoneiros, operários das oficinas e motoristas de serviços especiais, entre outros.
Segundo Francisco Brás, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), o subsídio não é atualizado desde há oito anos, altura em que Santana Lopes era presidente da câmara.
"Se contabilizarmos estes anos já são prejuízos bastante grandes num suplemento que pode ser considerado pouco, mas que é importante para os trabalhadores com ordenados baixos", considerou, salientando que "é injusto que a autarquia não valorize" estes funcionários.
Segundo Delfino Serra, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), tratam-se de cerca de três mil funcionários "que já hoje são os mais mal pagos do município e que desempenham aquelas tarefas consideradas mais difíceis, com riscos acrescidos para a própria saúde".
"Estamos a falar de um aumento de cerca de cinquenta cêntimos por dia de trabalho, a somar aos atuais 3,63 euros, mais o pagamento dos retroativos. Nalguns sítios nem dá para um café", disse.
Estes trabalhadores recebem, em média, segundo o sindicalista, 650 euros base por mês, sendo que, "para ganharem isto, já tem de ter alguns cabelos brancos".
"Grande parte está no início da carreira e recebe apenas o ordenado mínimo", afirmou.
Segundo Delfino Serra, em muitos locais estes trabalhadores têm ainda más condições de trabalho, sem "espaço para fazerem refeições, sem balneários ou então com balneários apenas masculinos".
"No bairro da Serafina, só há balneários masculinos. Ou entram os homens, ou entram as mulheres e tem de ficar alguém à porta a guardar", exemplificou.
Numa nota, a câmara municipal recomendou hoje "a todos os moradores que acondicionem devidamente os seus resíduos domésticos e evitem colocá-los à remoção entre os dias 5 e 7 [de abril] devendo fazê-lo, apenas, a partir de 8 de abril", devido à greve, que "poderá afetar o normal funcionamento do sistema de limpeza e recolha de lixo na capital", prometendo fazer esforços para minimizar as consequências da paralisação.
(in Jornal de Notícias).
Greve pode impedir recolha de lixo a seguir à Páscoa em Lisboa
Lisboa, 31 mar (Lusa) - Os trabalhadores municipais de Lisboa marcaram greve de segunda a quarta feira pela atualização do suplemento de insalubridade, uma paralisação que deve afetar sobretudo a recolha de lixo nos dias a seguir à Páscoa.
A greve é pela atualização do Suplemento de Insalubridade, Penosidade e Risco, pago aos cerca de três mil trabalhadores que diariamente se encarregam da limpeza urbana, do trabalho nos cemitérios (coveiros) e no canil, além de calceteiros, cantoneiros, operários das oficinas e motoristas de serviços especiais, entre outros.
Segundo Francisco Brás, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), o subsídio não é atualizado desde há oito anos, altura em que Santana Lopes era presidente da câmara.
"Se contabilizarmos estes anos já são prejuízos bastante grandes num suplemento que pode ser considerado pouco, mas que é importante para os trabalhadores com ordenados baixos", considerou, salientando que "é injusto que a autarquia não valorize" estes funcionários.
Segundo Delfino Serra, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), tratam-se de cerca de três mil funcionários "que já hoje são os mais mal pagos do município e que desempenham aquelas tarefas consideradas mais difíceis, com riscos acrescidos para a própria saúde".
"Estamos a falar de um aumento de cerca de cinquenta cêntimos por dia de trabalho, a somar aos atuais 3,63 euros, mais o pagamento dos retroativos. Nalguns sítios nem dá para um café", disse.
Estes trabalhadores recebem, em média, segundo o sindicalista, 650 euros base por mês, sendo que, "para ganharem isto, já tem de ter alguns cabelos brancos".
"Grande parte está no início da carreira e recebe apenas o ordenado mínimo", afirmou.
Segundo Delfino Serra, em muitos locais estes trabalhadores têm ainda más condições de trabalho, sem "espaço para fazerem refeições, sem balneários ou então com balneários apenas masculinos".
"No bairro da Serafina, só há balneários masculinos. Ou entram os homens, ou entram as mulheres e tem de ficar alguém à porta a guardar", exemplificou.
Numa nota, a câmara municipal recomendou hoje "a todos os moradores que acondicionem devidamente os seus resíduos domésticos e evitem colocá-los à remoção entre os dias 5 e 7 [de abril] devendo fazê-lo, apenas, a partir de 8 de abril", devido à greve, que "poderá afetar o normal funcionamento do sistema de limpeza e recolha de lixo na capital", prometendo fazer esforços para minimizar as consequências da paralisação.
(in Jornal de Notícias).
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