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Incêndio após derrocada será a sentença de morte para o Palácio da Dona Rosa
Ser notícia no espaço de um mês, e pelos piores motivos, primeiro por uma derrocada, e ontem devido a incêndio, é obra. Mas como não há duas sem três, o edifício setecentista apalaçado com o número 139 da Rua dos Remédios, em Alfama, deverá voltar a ser notícia quando for demolido, pois tudo leva a crer que o fogo de hoje lavrou a sua sentença de morte, encaminhando-o para a demolição. Uma vez mais, não houve feridos a lamentar, foi apenas mais um susto.
Foram mobilizadas seis viaturas de bombeiros (Enric Vives-Rubio)
O mais grave de toda a situação é que, corridos 30 dias após a derrocada parcial do edifício, que era ocupado por 30 habitantes, este ainda não estava selado, nem os haveres dos que ali moravam – e que entretanto foram realojados a cargo da protecção civil municipal – tinham sido totalmente removidos. Nem tão pouco foi estabelecido um perímetro de segurança, como determinou, na altura, o vereador com o pelouro, Manuel Brito.
Ficou estabelecido que o proprietário do edifício teria um mês para arranjar uma alternativa de alojamento aos seus inquilinos, o que também ainda não aconteceu. Hoje, já em tempo de rescaldo do sinistro, o mesmo vereador Manuel Brito, questionado pelo PÚBLICO sobre o facto de o edifício não ter sido selado, não quis prestar declarações, remetendo-as para os bombeiros, adiantando, porém, que assim aconteceu “para que as pessoas continuassem a retirar os seus haveres”.
Portas arrombadas
O alerta de incêndio foi declarado pouco antes das 18h (o alarme aos bombeiros chegou às 17h56) e o ataque às chamas foi rápido, ainda que posicionar seis viaturas e duas escadas Magirus na estreita Rua dos Remédios tivesse sido complicado. Uma das escadas ficou no fim da fila, quase à entrada da rua e não foi utilizada, porque nem poderia passar, dado que a rua não terá mais que quatro metros de largura.
O chefe Diogo, do Regimento de Sapadores Bombeiros, contou com 30 homens, entre os quais se incluíam elementos dos Voluntários de Lisboa. “Não foi fácil, [a rua] é muito estreita e há estacionamento, algum abusivo. Protegemos os edifícios contíguos com cortinas de água. Atacámos com seis agulhetas, foi rápido”, disse, deixando no ar o perigo que todos por ali sempre temem: a propagação do fogo às vizinhanças.
Na rua falava-se da “malandragem” que por ali entra e se acoita, e do cheiro a petróleo que andava no bairro quando ocorreu o sinistro. O chefe Diogo admitiu que as casas desocupadas estavam fechadas. Mas não todas. “Algumas estavam arrombadas.” As causas do incêndio, que fez rolar fumo negro sobre as casas de Alfama, mas que só devorou parte da cobertura do edifício, precisamente na zona que tinha ruído parcialmente, não foram determinadas.
Fernando Moreira, um dos desalojados, andava ainda a retirar pertences da sua habitação, e estava no café quando foi dado o alarme. Foi lá acima e também lhe cheirava a petróleo. Outra desalojada pela derrocada encontrou uma simples causa para o incêndio: “Sabe o que é, é o desleixo do senhorio.”
(in Público).
Foram mobilizadas seis viaturas de bombeiros (Enric Vives-Rubio)
O mais grave de toda a situação é que, corridos 30 dias após a derrocada parcial do edifício, que era ocupado por 30 habitantes, este ainda não estava selado, nem os haveres dos que ali moravam – e que entretanto foram realojados a cargo da protecção civil municipal – tinham sido totalmente removidos. Nem tão pouco foi estabelecido um perímetro de segurança, como determinou, na altura, o vereador com o pelouro, Manuel Brito.
Ficou estabelecido que o proprietário do edifício teria um mês para arranjar uma alternativa de alojamento aos seus inquilinos, o que também ainda não aconteceu. Hoje, já em tempo de rescaldo do sinistro, o mesmo vereador Manuel Brito, questionado pelo PÚBLICO sobre o facto de o edifício não ter sido selado, não quis prestar declarações, remetendo-as para os bombeiros, adiantando, porém, que assim aconteceu “para que as pessoas continuassem a retirar os seus haveres”.
Portas arrombadas
O alerta de incêndio foi declarado pouco antes das 18h (o alarme aos bombeiros chegou às 17h56) e o ataque às chamas foi rápido, ainda que posicionar seis viaturas e duas escadas Magirus na estreita Rua dos Remédios tivesse sido complicado. Uma das escadas ficou no fim da fila, quase à entrada da rua e não foi utilizada, porque nem poderia passar, dado que a rua não terá mais que quatro metros de largura.
O chefe Diogo, do Regimento de Sapadores Bombeiros, contou com 30 homens, entre os quais se incluíam elementos dos Voluntários de Lisboa. “Não foi fácil, [a rua] é muito estreita e há estacionamento, algum abusivo. Protegemos os edifícios contíguos com cortinas de água. Atacámos com seis agulhetas, foi rápido”, disse, deixando no ar o perigo que todos por ali sempre temem: a propagação do fogo às vizinhanças.
Na rua falava-se da “malandragem” que por ali entra e se acoita, e do cheiro a petróleo que andava no bairro quando ocorreu o sinistro. O chefe Diogo admitiu que as casas desocupadas estavam fechadas. Mas não todas. “Algumas estavam arrombadas.” As causas do incêndio, que fez rolar fumo negro sobre as casas de Alfama, mas que só devorou parte da cobertura do edifício, precisamente na zona que tinha ruído parcialmente, não foram determinadas.
Fernando Moreira, um dos desalojados, andava ainda a retirar pertences da sua habitação, e estava no café quando foi dado o alarme. Foi lá acima e também lhe cheirava a petróleo. Outra desalojada pela derrocada encontrou uma simples causa para o incêndio: “Sabe o que é, é o desleixo do senhorio.”
(in Público).
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