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Espólio pertencente ao poeta, pintor e escritor surrealista Mário Cesariny será vendido de terça a quinta-feira, dias 23 e 25.
O Hotel Fénix, em Lisboa, vai acolher, entre terça e quinta-feira, um novo leilão da Otium Cum Dignitate. Desta vez, a empresa, fundada em 2005, realiza a maior venda já feita em Portugal sobre o pintor e poeta surrealista Mário Cesariny, com 1009 peças a licitar, incluindo um exemplar de O Planeta Precário, obra que se julgava ter sido destruída, da autoria de José Sebag, poeta, falecido em 1990, que integrou um conjunto de autores surrealistas nacionais que incluía Natália Correia, Herberto Hélder e Luiz Pacheco.
A propósito de Luiz Pacheco, está também no acervo o manuscrito original da Contribuição para o saneamento do livro Pacheco vs Cesariny, publicado no Jornal do Gato, editado originalmente em 1974 e reeditado em 2004 pela Assírio e Alvim. Para além disto, estará ainda em leilão o original, com anotações, de Manual de Prestidigitação e uma cópia ilustrada de A Arte Mágica, de André Breton, com intervenções e desenhos de Mário Cesariny.
Para além dos vários manuscritos, raridades e edições originais e anotadas, este espólio contém ainda correspondência do escritor com o mexicano Octavio Paz, com o historiador e poeta Franklin Rosemont, com o surrealista espanhol Eugénio Granell, que, para além do diverso espólio de pintura que realizou até à morte em 2001, publicou ainda livros como O Homem Verde, em 1994. Estarão ainda em leilão cartazes políticos das décadas de 60 e 70 e 14 serigrafias de Lurdes Castro, bem como críticas de teatro e textos originais de António José e Aldina Forte, Cruzeiro Seixas e Manuel de Lima.
Nuno Gonçalves, fundador da Otium e organizador do leilão, cujas peças provêm quase exclusivamente de coleccionadores privados, descreve a variedade de objectos que figuram no acervo como uma tentativa de "associar o livro a vertentes que lhe são de facto próximas", exemplo dos catálogos de exposições e cartazes agora em leilão, para além dos objectos evidentemente relacionados com a literatura.
"[Este leilão] procura atrair coleccionadores de outros tipos de objectos e despertar o interesse de antigos coleccionadores de literatura para peças que diferenciam uma boa colecção de uma excelente colecção", considera o livreiro. Nuno Gonçalves visa, com esta mostra, criar um "universo de significado" à volta de Cesariny, alastrando a temática do leilão a áreas como a fotografia, através de peças que se completam e se enquadram na publicação de um livro para mostrar o intuito do autor e o contexto que baliza a sua concepção, escrita e edição.
Revelando segredos, intimidades e pontos de vista do criador do Grupo Surrealista de Lisboa e autor do Discurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano, este leilão é também uma oportunidade de travar conhecimento com a vivência histórica dos anos 60 portugueses. Isso é feito através de um espólio original, em muitos casos inédito, acerca do Grupo do Café Gelo, extinto pela PIDE em meados dos anos 60. que incluía, para além de Mário Cesariny e Luiz Pacheco, artistas como Virgílio Martinho ou Ernesto Sampaio.
(in «Diário de Notícias»).
Espólio pertencente ao poeta, pintor e escritor surrealista Mário Cesariny será vendido de terça a quinta-feira, dias 23 e 25.
O Hotel Fénix, em Lisboa, vai acolher, entre terça e quinta-feira, um novo leilão da Otium Cum Dignitate. Desta vez, a empresa, fundada em 2005, realiza a maior venda já feita em Portugal sobre o pintor e poeta surrealista Mário Cesariny, com 1009 peças a licitar, incluindo um exemplar de O Planeta Precário, obra que se julgava ter sido destruída, da autoria de José Sebag, poeta, falecido em 1990, que integrou um conjunto de autores surrealistas nacionais que incluía Natália Correia, Herberto Hélder e Luiz Pacheco.
A propósito de Luiz Pacheco, está também no acervo o manuscrito original da Contribuição para o saneamento do livro Pacheco vs Cesariny, publicado no Jornal do Gato, editado originalmente em 1974 e reeditado em 2004 pela Assírio e Alvim. Para além disto, estará ainda em leilão o original, com anotações, de Manual de Prestidigitação e uma cópia ilustrada de A Arte Mágica, de André Breton, com intervenções e desenhos de Mário Cesariny.
Para além dos vários manuscritos, raridades e edições originais e anotadas, este espólio contém ainda correspondência do escritor com o mexicano Octavio Paz, com o historiador e poeta Franklin Rosemont, com o surrealista espanhol Eugénio Granell, que, para além do diverso espólio de pintura que realizou até à morte em 2001, publicou ainda livros como O Homem Verde, em 1994. Estarão ainda em leilão cartazes políticos das décadas de 60 e 70 e 14 serigrafias de Lurdes Castro, bem como críticas de teatro e textos originais de António José e Aldina Forte, Cruzeiro Seixas e Manuel de Lima.
Nuno Gonçalves, fundador da Otium e organizador do leilão, cujas peças provêm quase exclusivamente de coleccionadores privados, descreve a variedade de objectos que figuram no acervo como uma tentativa de "associar o livro a vertentes que lhe são de facto próximas", exemplo dos catálogos de exposições e cartazes agora em leilão, para além dos objectos evidentemente relacionados com a literatura.
"[Este leilão] procura atrair coleccionadores de outros tipos de objectos e despertar o interesse de antigos coleccionadores de literatura para peças que diferenciam uma boa colecção de uma excelente colecção", considera o livreiro. Nuno Gonçalves visa, com esta mostra, criar um "universo de significado" à volta de Cesariny, alastrando a temática do leilão a áreas como a fotografia, através de peças que se completam e se enquadram na publicação de um livro para mostrar o intuito do autor e o contexto que baliza a sua concepção, escrita e edição.
Revelando segredos, intimidades e pontos de vista do criador do Grupo Surrealista de Lisboa e autor do Discurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano, este leilão é também uma oportunidade de travar conhecimento com a vivência histórica dos anos 60 portugueses. Isso é feito através de um espólio original, em muitos casos inédito, acerca do Grupo do Café Gelo, extinto pela PIDE em meados dos anos 60. que incluía, para além de Mário Cesariny e Luiz Pacheco, artistas como Virgílio Martinho ou Ernesto Sampaio.
(in «Diário de Notícias»).
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