Obra de Siza Vieira nos terraços do Chiado não dá descanso aos comerciantes da Baixa
Ao entrar-se numa das lojas mais antigas do Chiado, não se dá atenção às peças que tem para venda, mas sim à água a cair para garrafas de sumo que servem de improviso para não destruir a montra. A Luvaria Ulisses é uma das afectadas pelas obras dos Terraços do Carmo. Para além de fissuras e infiltrações que causam curtos-circuitos, há "o barulho constante", que "é incomodativo", diz o sócio-gerente da loja, Carlos Carvalho. A culpa, diz, é das obras em curso, mas para os lojistas não é a construção de um jardim suspenso junto ao convento do Carmo e a ligação do percurso pedonal do Pátio B ao Largo do Carmo e aos terraços do quartel da GNR que irá trazer mais clientes. As esperanças dos comerciantes residem numa reunião com a câmara, agendada para a próxima semana. "Não estamos contra a obra, mas sim contra quem não a sabe fazer", assegura uma das comerciantes. António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, considera que as infiltrações, consequência da obra imaginada por Siza Vieira, traduzem uma situação "grave". Os arquitectos camarários já foram ver as lojas. "Não sabem de onde vem tanta água", diz uma colaboradora da Joalharia Carmo. O pronto-a-vestir Carmus é o único que se pode sentir mais descansado, pois teve "90 por cento de melhorias" com a colocação de um tubo de escoamento, diz o sócio-gerente da loja.
(in «Público»).
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