quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A opinião de Maria João Avillez.


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O ponto não é que a igreja do Restelo, a construir-se, mas seria demencial se isso acontecesse, constitua uma aberração. Já se sabe o que é (moradias católicas com minaretes?), basta olhar maquetes e desenhos. O ponto é como é que esta caravela dourada e monstruosa, pnde certamente a ninguém apeteceria rezar ou acolher-se, beneficiou de tanta concordância para chegar até hoje. Que tem de ter acontecido com gente supostamente normal e normalmente constituída para ser possível ter-se elegido, aprovado, licenciado, dado luz verde a projecto tão desadequado para o fim proposto - e já dou de barato a sua duvidosa e datadíssima estética... E a Igreja aprovou ou não? Se não o fez, porque deixou correr? E se aprova, por que aprova? Convinha esclarecer tal equívoco porque dá trabalho andarmos - em seu nome - entretidos com abaixo-assinados para supostamente a «defender». Não a igreja do restelo, mas a Igreja, ela mesma. No caso, pode ser tarefa mais pesada e muito menos fácil.
(in «Sábado», de 26/11/2009).

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