Projecto da arquitecta Zaha Hadid para a Turquia.
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I have a dream!
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Jardins do Braço de Prata
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Alcantâra XXI
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Por volta de 2001 Renzo Piano, o arquitecto autor do "Beaubourg" (Centro Georges Pompidou), projectou para a Matinha os "Jardins do Braço de Prata". De então a esta parte, ficámo-nos pelos projectos, pelos sonhos e pela fantasia. Não é caso único na capital, Frank Gehry pensou um projecto megalómano para o Parque Mayer; pela maqueta a autarquia desembolsou uma quantia exorbitante – o caso não impediu que o principal responsável, Pedro Santana Lopes então, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, volte a candidatar-se em 2009 à autarquia sem pejo e sem vergonha. Dizem que é um animal político, eu acrescentaria um verdadeiro político animal. Em Alcântara são os projectos de Sua Kay que se prolongam no tempo. Com o fim da Quimigal e depois a destruição do complexo industrial da Sidul, resta-nos a Fábrica Napolitana da autoria dos construtores e projectistas Vieillard & Touzet. A fábrica, actualmente com serviços da multinacional Auchan, agarra-se à vida num Bairro que já foi operário, já esteve na moda como referência da noite de Lisboa, mas que rapidamente se descaracterizou e perdeu importância. Sua Kay foi o arquitecto escolhido depois de recusadas as torres que Siza Vieira pretendia para Alcântara. Até hoje, no local um terreno de destroços e entulho espera melhores dias. Dias mais propícios a negócios e alcavalas. Por fim, o arquitecto Norman Foster, com o projecto imobiliário na zona da Boavista, entre o Largo de Santos e o Mercado da Ribeira. A autarquia, essa, continua na senda dos empréstimos para isto e para aquilo, de “costas” voltadas para aqueles que os elegeram. Até quando? Não sabemos. Provavelmente até lhe concederem empréstimos e mais empréstimos. Os arquitectos de renome deixam-se utilizar como personagens de circo (não gratuitamente), como se fazia no século XIX com as mulheres barbudas, os gigantes e os anões, que atraíam para as feiras os ingénuos cidadãos. Arquitectos de renome traçam projectos em Lisboa, os anúncios ainda perduram em alguns destes lugares cada vez mais esquecidos, cada vez mais desbotados. As obras dos arquitectos de renome é que não há meio de aparecerem.
Por volta de 2001 Renzo Piano, o arquitecto autor do "Beaubourg" (Centro Georges Pompidou), projectou para a Matinha os "Jardins do Braço de Prata". De então a esta parte, ficámo-nos pelos projectos, pelos sonhos e pela fantasia. Não é caso único na capital, Frank Gehry pensou um projecto megalómano para o Parque Mayer; pela maqueta a autarquia desembolsou uma quantia exorbitante – o caso não impediu que o principal responsável, Pedro Santana Lopes então, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, volte a candidatar-se em 2009 à autarquia sem pejo e sem vergonha. Dizem que é um animal político, eu acrescentaria um verdadeiro político animal. Em Alcântara são os projectos de Sua Kay que se prolongam no tempo. Com o fim da Quimigal e depois a destruição do complexo industrial da Sidul, resta-nos a Fábrica Napolitana da autoria dos construtores e projectistas Vieillard & Touzet. A fábrica, actualmente com serviços da multinacional Auchan, agarra-se à vida num Bairro que já foi operário, já esteve na moda como referência da noite de Lisboa, mas que rapidamente se descaracterizou e perdeu importância. Sua Kay foi o arquitecto escolhido depois de recusadas as torres que Siza Vieira pretendia para Alcântara. Até hoje, no local um terreno de destroços e entulho espera melhores dias. Dias mais propícios a negócios e alcavalas. Por fim, o arquitecto Norman Foster, com o projecto imobiliário na zona da Boavista, entre o Largo de Santos e o Mercado da Ribeira. A autarquia, essa, continua na senda dos empréstimos para isto e para aquilo, de “costas” voltadas para aqueles que os elegeram. Até quando? Não sabemos. Provavelmente até lhe concederem empréstimos e mais empréstimos. Os arquitectos de renome deixam-se utilizar como personagens de circo (não gratuitamente), como se fazia no século XIX com as mulheres barbudas, os gigantes e os anões, que atraíam para as feiras os ingénuos cidadãos. Arquitectos de renome traçam projectos em Lisboa, os anúncios ainda perduram em alguns destes lugares cada vez mais esquecidos, cada vez mais desbotados. As obras dos arquitectos de renome é que não há meio de aparecerem.
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A PM-54 - Lisboa
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A PM-54 – Lisboa foi primeiro a Fábrica de Projécteis de Artilharia; depois foi Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata; mais tarde foi Fábrica de Munições de Artilharia, Armamento e Viaturas; foi Fábrica Militar de Braço de Prata e depois Indústrias Nacionais de Defesa, EP – INDEP e finalmente Indústrias e Participações de Defesa; SA – INDEP, todos estes nomes eram referenciados pelo Exército como PM-54 – Lisboa. Hoje a PM-54 está assim:
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A PM-54 – Lisboa foi primeiro a Fábrica de Projécteis de Artilharia; depois foi Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata; mais tarde foi Fábrica de Munições de Artilharia, Armamento e Viaturas; foi Fábrica Militar de Braço de Prata e depois Indústrias Nacionais de Defesa, EP – INDEP e finalmente Indústrias e Participações de Defesa; SA – INDEP, todos estes nomes eram referenciados pelo Exército como PM-54 – Lisboa. Hoje a PM-54 está assim:
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Imóveis afectos à Fábrica Militar de Braço de Prata:
a) Fábrica Militar de Braço de Prata, referenciado pelo Exército como PM-54 - Lisboa; b) Entreposto ou Armazém de Munições do Alto de Barcarena ou Velejas, referenciado pelo Exército como PM-107 - Oeiras; c) Casa da Guarda do Entreposto de Barcarena, referenciado pelo Exército como PM-110-Oeiras.O decreto-lei 362/91, de 03/10, transforma a INDEP – Industrias Nacionais de Defesa, EP, em sociedade anónima de capitais públicos, passando a denominar-se “Indústrias e Participações de Defesa, SA. – INDEP “.Como previamente referido no artigo anterior, nos finais de 1996 a INDEP, SA. foi introduzida no grupo designado EMPORDEF – Empresas Portuguesas de Defesa.Obrigada a deslocar-se da área de Braço de Prata, devido ás transformações arquitecturais efectuadas naquela zona da cidade de Lisboa, a FMBP foi integrada no parque industrial da FNMAL em Moscavide, vendo praticamente toda a sua laboração congelada a partir dessa altura. Terminamos assim este breve passeio pela história das principais instituições e unidades fabris militares que existiram no nosso país e que fabricaram as munições e as armas necessárias ao funcionamento das estruturas militares e policiais aqui existentes. Apesar de Portugal nunca ter sido, à excepção de curtos períodos temporais, auto-suficiente nesta matéria, por motivos cuja discussão neste momento e espaço não cabem, mas cujos fautores talvez um dia venham a ser historicamente responsabilizados, somos hoje totalmente dependentes de países terceiros, o que não deixa de ser preocupante face às constantes alterações geo-estratégicas e à rápida evolução político-militar do mundo actual.
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Imóveis afectos à Fábrica Militar de Braço de Prata:
a) Fábrica Militar de Braço de Prata, referenciado pelo Exército como PM-54 - Lisboa; b) Entreposto ou Armazém de Munições do Alto de Barcarena ou Velejas, referenciado pelo Exército como PM-107 - Oeiras; c) Casa da Guarda do Entreposto de Barcarena, referenciado pelo Exército como PM-110-Oeiras.O decreto-lei 362/91, de 03/10, transforma a INDEP – Industrias Nacionais de Defesa, EP, em sociedade anónima de capitais públicos, passando a denominar-se “Indústrias e Participações de Defesa, SA. – INDEP “.Como previamente referido no artigo anterior, nos finais de 1996 a INDEP, SA. foi introduzida no grupo designado EMPORDEF – Empresas Portuguesas de Defesa.Obrigada a deslocar-se da área de Braço de Prata, devido ás transformações arquitecturais efectuadas naquela zona da cidade de Lisboa, a FMBP foi integrada no parque industrial da FNMAL em Moscavide, vendo praticamente toda a sua laboração congelada a partir dessa altura. Terminamos assim este breve passeio pela história das principais instituições e unidades fabris militares que existiram no nosso país e que fabricaram as munições e as armas necessárias ao funcionamento das estruturas militares e policiais aqui existentes. Apesar de Portugal nunca ter sido, à excepção de curtos períodos temporais, auto-suficiente nesta matéria, por motivos cuja discussão neste momento e espaço não cabem, mas cujos fautores talvez um dia venham a ser historicamente responsabilizados, somos hoje totalmente dependentes de países terceiros, o que não deixa de ser preocupante face às constantes alterações geo-estratégicas e à rápida evolução político-militar do mundo actual.
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5 comentários:
gostei do post, durante os tempos de estudante fiz um projecto para este terreno espectante, com a re-integração da fábrica.
Só não entendo o porquê de querer chamar a atenção com uma imagem inicial espalhafatosa de um projecto da Zaha Hadid para a Turquia. é que os dois projectos nem em dimensão, nem em pretensão, nem em resultado têm alguma coisa a ver um com o outro. nem os arquitectos tão pouco.
gosto imenso deste blog, mas às vezes parece que a sua finalidade é apelar a uma cristalização da cidade numa realidade disfuncional, desde que se preserve o que é antigo só por ser antigo. há edifícios com história, cuja preservação é obrigatória, mas há vida nesta cidade para além da história, e esses edifícios têm que se reinventar.
apesar de tudo, não gosto de arquitectos megalómanos, que utilizam os seus projectos como um exibicionista patológico utiliza as suas partes pudendas. mas o projecto do Renzo Piano não é o caso, tirando algumas questões de linguagem que pessoalmente não me são apelativas, é um projecto bastante sensato.
Você é tudo menos parvo. Basta ler o seu comentário. Eu concordo em geral com o post, mesmo que também ache o projecto do Renzo Piano interessante. Mas o ponto destes nossos amigos era antes a megalomania que atravessa as nossas cabecinhas autárquicas e a maneira como os arquitectos dão caução a grandes projectos duvidosos. Como sou um homem do futuro preso no passado e vivo no centro da cidade, rodeado de toda esta tristeza e desperdicio, acho que em geral concordo com estes bloguistas bem marotos e patuscos. Entre a Alta de Lisboa, os Olivais, Chelas ou a Expo prefiro a Mouraria ou a Baixa.
Isso sim,
para mim,
é a cidade.
Sai Fadista...
Pois, é uma pena, mais uma vez verificar que há dinheiro neste País para Mega Espaços comerciais onde ninguém vai fazer compras, mas para manter o de que de bom já foi feito no passado nunca há!!!
Podiam transformar o espaço numa bela Bliblioteca/Centro Cultural/Espaço de Estudos/Complexo para prática desportiva/ATL/Ciber Café etc,etc para dar mais qualidade de vida aos que ali residem...
Enfim, Vamos ver :)... O que vai acontecer "next"...
Desconhecia o seu blog e fiquei fã, muito bom mesmo! Em todos esses locais apetece lá entrar e dar uma vida nova a esses locais simplesmente fantasticos!
Tenho estado há dois dias a ver os artigos deste blog. Parabéns pelo trabalho de enorme utilidade para todos os Portugueses. Deixei Lisboa de vez há 11 anos para vir para o Porto e um dos motivos de só ter aí ido duas vezes é infelizmente bem patente neste blog – a linda Lisboa da minha infância não existe mais. Como alfacinha, muitas das coisas que vi aqui são de revolver o estômago de revolta. Contudo, como amante da arquitectura do ferro da segunda metade do séc. XIX, e sabendo do quanto este tipo de edifícios e construções foi desaparecendo ao longo do séc. XX, corta-me o coração ao ver a cegueira, desleixo e mesmo crime contra o patrímónio perpetrado por quem de direito.
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