terça-feira, 16 de setembro de 2008

Casos de polícia: anticlericalismo ou antifalocracia?


Decidiu a Câmara Municipal de Lisboa colocar na cidade uns objectos fálicos de seu nome «frades». Vã tentativa de disciplinar os automobilistas que, em todo o caso, nada tem a ver com os raquíticos «pilaretes», bastante impróprios de um povo que legitimamente se orgulha da sua virilidade atávica. No Campo das Cebolas, porém, mandaram abaixo o F & F (Fálico Frade). As autoridades tentam apurar se este acto de vandalismo foi perpetrado por um grupo de velhos republicanos de antanho, de bigodes fartos e arreigadas convicções anticlericais, ou por um colectivo de feministas, de bigodes não menos fartos, intrépidas combatentes da falocracia ainda dominante na sociedade e na mentalidade dos Portugueses. Quem se acusa? O pessoal do reviralho, saudoso de Afonso Costa? Ou o mulherio arrojado, leitor da Beauvoir, que confunde antifalocracia com ausência de depilação nas axilas? Vá, quem se chega à frente?


Foi descartada pela Polícia Judiciária a hipótese de uma revisitação do «caso Bobbit», episódio de castração que ainda hoje povoa os piores sonhos masculinos nos países industrializados do hemisfério Norte. Restam, por isso, apenas duas categorias de suspeitos: os herdeiros de Buíça ou as eternas vítimas do macho lusitano.






Campo das Cebolas.

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