Lembrar, lembrar sempre
Ao contrário dos presidentes, os reis não morrem. Dir-se-ia que o Rei é um só, com cambiantes de carácter e do tempo que cada episódio da monarquia vai oferecendo. Enganavam-se os republicanos quando afirmavam que a ideia monárquica desapareceria com a partida de D. Carlos e do Príncipe Luís Filipe. Enganaram-se uma vez mais quando, sem descendência, morreu D. Manuel II. Mas a ideia ficou, o sentimento de simpatia familiar do povo permaneceu inquebrável, não obstante os poderosos tudo terem feito para que ao longo de décadas a nossa família real fosse exilada, censurada, minimizada e, até, ridicularizada. Mais de um século após a infame matança, eis que o Chefe da nossa Casa Real é um dos mais respeitados homens do país, de decência, patriotismo e desinteresse pessoal absolutamente inquestionáveis. O mistério da monarquia não tem mistério porque, afinal, o Rei também somos nós, portugueses aspirando à libertação, à partilha de tudo quanto dos une, ao bem que desejamos para esta terra. O Rei é todos num homem. Por isso não tem agenda, não tem partido, não negocia, não trai, não promete, não vive do contingente, não tem amigos na acepção comercial de um interesse.
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