Povo!!! A voz do Povo?!
Não se trata, não senhor, dos ventre-ao-sol dos velhos tempos. Não é povo, nem têm a coroá-los a heroicidade do trabalho suado, a luta pela malga do caldo, a ganga surrada das duras jornadas da carga e descarga. Tempos houve em que a classe operária tinha classe, com a sua elite de autoditactas, as associações de classe que abriam escolas nocturnas, constituíam caixas de aforro, cooperativas de habitação proletária, publicavam jornais, promoviam sessões de teatro e palestras. Essa classe operária morreu. A gloriosa classe operária do sindicalismo do trabalho que lutava contra a exploração das jornadas de 18 horas de trabalho, do trabalho infantil, dos salários de miséria para as mulheres, da vida insalubre nos tugúrios da tísica e da promiscuídade, acabou.
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