sexta-feira, 29 de junho de 2012

Art déco no Chiado!







Art déco. Revisitar o modernismo feliz em tempos de crise


Por Diana Garrido,





Com os loucos anos 20, os cabelos à rapaz, as cigarrilhas, o Charleston e o respirar de alívio com o fim da Primeira Guerra Mundial veio uma expressão artística que tomou conta de quase todas as vertentes da arte e que se espalhou por todo o mundo, Portugal incluído. Anos mais tarde, esse movimento passou a ser conhecido como Art Déco e a sua promessa de felicidade e de vida, em oposição às agruras trazidas pela guerra, conquistou o mundo. Influenciado por toda a espécie de estilos, desde o Fauvismo ao Cubismo, passando pelo Futurismo e pelos movimentos decorativos modernos, este estilo quis tornar-se a arte total, a inspiração de vida.

Em Portugal, os grandes artistas exploraram a Art Déco, assim como o próprio Estado Novo, que a usou como forma de propaganda e afirmação de poder, distorcendo, na verdade, o objectivo da criação desta corrente, o da celebração da vida. Mas isso são outras questões para as quais, de momento, não temos espaço.

“Modernismo Feliz: Art Déco em Portugal” é a exposição que amanhã abre ao público no Museu do Chiado, em Lisboa (a inauguração é hoje às 19h30), com 112 pinturas, desenhos e esculturas de 1919 a 1960 de 34 artistas, na sua maioria portugueses, desde Almada Negreiros a Mário Eloy, passando por Eduardo Viana ou António Soares. A exposição, que vai estar patente até dia 28 de Outubro, é comissariada por Rui Afonso Santos.

Ao contrário do que aconteceu nos outros países, segundo o comissário da exposição, em Portugal este movimento artístico “começou no desenho e pintura e não nas artes decorativas”. Mais tarde, estendeu-se à publicidade e à cenografia.

Os artistas Em destaque está a obra de José de Almada Negreiros, um dos mais importantes artistas do Modernismo em Portugal.

Para Rui Afonso Santos vive-se um regresso à Art Déco graças à tentativa de “esquecer as dificuldades e o sentimento de incerteza com o futuro”, nesta altura de crise, e à semelhança do que aconteceu há 70 anos quando surgiram as primeiras manifestações artísticas deste estilo.

Abel Manta, Amadeo de Souza-Cardoso, Bernardo Marques, Carlos Botelho, Dordio Gomes, Ernesto Canto da Maya, Sarah Afonso, Mily Possoz, Cottinelli Telmo, Francisco Franco, Lino António, Mário Eloy, Raul Xavier, Armando Basto, Adelaide de Lima Cruz e Cristiano Cruz são alguns dos 34 artistas que completam esta exposição, que pretende oferecer uma releitura da Art Déco, ou da sua expressão em Portugal.

ionline

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