quinta-feira, 12 de abril de 2012

Rede Social de Lisboa quer mudar relação com os sem-abrigo.

Autarquia pretende “alterar o padrão” de respostas à população de sem-abrigo da capital, diz a vereadora Helena Roseta.


O apoio aos sem-abrigo de Lisboa está prestes a sofrer uma “mudança de paradigma”, assente na ideia de que “ninguém pode ficar na rua mais de 24 horas”, como disse ao i Helena Roseta, vereadora do Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Lisboa. A nova estratégia para esta franja da população, “que não pode ser vista como um todo”, foi ontem apresentada pela vereadora aos parceiros da Rede Social.

A Rede é composta pela autarquia, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pelo Centro Distrital da Segurança Social de Lisboa, e foi criada em 2006 com o intuito de “erradicar ou atenuar a pobreza e a exclusão social e promover o desenvolvimento social”. É neste âmbito, e ao abrigo da “Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem Abrigo”, lançada em 2009, que a troika da capital põe a tónica da acção numa articulação dos recursos humanos e infra-estruturas existentes para optimizar o apoio a esta franja da sociedade. Do projecto pretende-se que venham a fazer parte as cerca de 200 instituições que, na capital, trabalham com os sem-abrigo. “Queremos evitar a sobreposição de apoios. A realidade actual não permite que cada um tenha o seu espaço de actuação, as pessoas a quem presta auxílio. É preciso coordenar esforços”, diz a vereadora da capital. Uma coordenação que passa também pela uniformização do registo de cidadãos sem-abrigo numa base de dados única – actualmente, estima-se que haja entre 700 e 800 pessoas nesta situação.


Novas Soluções E porque “tem de haver sempre uma pessoa que responda às situações de emergência”, a Rede Social vai criar um gabinete que funcionará em permanência, “para detectar novos casos e fazer com que o tempo de resposta não passe de algumas horas”. Nesta unidade de atendimento vão estar psicólogos e técnicos, mas o local onde vai funcionar está ainda “a ser estudado”.

Outra novidade é o “gestor de caso”, um cargo a ser desempenhado pelos técnicos das instituições já a operar no terreno, e que, na prática, estará disponível para “acompanhar cada situação, saber o que pode ser feito, ou simplesmente motivar”. Cada técnico deverá ter a seu cargo um máximo de dez pessoas.


A Rede Social pretende ainda acabar com a distribuição de refeições na rua, “pela falta de dignidade” desta solução. Para isso está em curso, em fase de experiência, a utilização da cantina da autarquia em Alcântara, onde diariamente são já servidos jantares. Pretende-se que a experiência venha a ser alargada a outros pontos da cidade com maior concentração de sem--abrigo.


Dar um tecto individualizado aos sem-abrigo que pretendam sair da rua é mais um objectivo. Uma medida complexa, que tem no projecto Casas Primeiro a sua génese. Este projecto global será implementado “à medida que se for conseguindo”, diz ainda.

Por Pedro Rainho, in Jornal i

3 comentários:

biolisboa disse...

OK: Ajudem! Temos um pátio com quase 1000 metros quadrados, inserido no Plano de pormenor das Amoreiras que tem 22 barracas de alvenaria (em ruína algumas delas, diga-se) mas que no dito Plano está destinado (o terreno, artigo urbano 54 da Freguesia de St.o Condestável) a Equipamento social. Pretendemos uma parceria com a Rede Social que a Vereadora Helena Roseta está a promover para fazer dali um local para os "sem abrigo" já que lá temos água do contador da CML (à borla) e muito ar livre (pombal e tudo, mas desactivado por agora), espaço livre e os Bombeiros Vol. de Campo de Ourique ao lado. Como é? Aguardo os vossos conselhos e apoio para uma negociação com a CML que até agora só quer comprar os terrenos (são dois artigos da Matriz) por 60 mil euros o que é UM ROUBO autêntico a 60 euros o metro quadrado quando o valor real é de dez vezes mais, ou seja de 600Euros o m etro, isto por valores da CML, já estabelecidos e publicados. Os prédios já vêm da minha bisavó e avó maternas e agora querem aproveitar a falta de paciençia da minha mãe para a obrigar a "dar" aquilo tudo à CML. Não quero isso assim! Ali estiveram e nasceram muitas famílias e lá dormen uns coitados sem pagar nada, mas está tudo quase em ruína ou em muito mau estado. Precisamos de cooperação de todos e até se faz horta urbana e se mete aquilo a produzir comida e tecto!
Estou disponível no telemóvel 934 519 289 ou email em lisbonplace@gmail.com Aguardo resposta se f. f.
Rui de Castro Guimarães

biolisboa disse...

PS: Pátio das Sedas é o nome do Pátio na Rua de Campo de Ourique, 224/226/228, Lisboa mas chamam-lhe o Pátio das Badalhocas, claro, como está à vista pelo cácá dos cães que lá estão a viver (sem abrigo, mas dá para canil).

iLisbonRui disse...

Por agora nada! Só a CML quer comprar por um preço da uva mijona. Não é bom!