Seniores de Lisboa pouco saem de casa e as visitas escasseiam
Por Inês Boaventura in Público
Investigadores do Instituto do Envelhecimento fizeram o retrato dos maiores de 50 anos que vivem em Lisboa
Aqueles que têm mais de 50 anos e que vivem em Lisboa têm um baixo nível de escolaridade, dizem pertencer a uma classe social baixa ou média-baixa e vivem há mais de 20 anos em habitações de antiguidade assinalável, mas que consideram estar em bom estado de conservação. Além disso, os seniores da capital passam frequentemente o seu tempo livre em casa e a partir dos 75 anos são muitos os que deixam de frequentar o comércio tradicional e de estar com familiares e amigos.
Este retrato foi feito por investigadores do Instituto do Envelhecimento, uma unidade científica criada pela Universidade de Lisboa, e dado a conhecer ontem num workshop sobre o capital social e a qualidade de vida dos seniores. Para chegar a estas conclusões, os investigadores basearam-se num questionário conduzido em 2009 junto de 1504 moradores da cidade, com - ou mais anos.
No capítulo da habitação concluiu- -se que os residentes com mais de 50 anos habitam sobretudo em casas próprias, embora entre os maiores de 65 anos haja "uma significativa incidência de habitações alugadas com contratos antigos, e que correspondem em geral a rendas mensais relativamente baixas". Expressiva é a percentagem de seniores que vivem na mesma casa há mais de duas décadas, mas apesar da antiguidade das suas residências a grande maioria dos inquiridos considera que elas estão "em perfeito/bom estado de conservação" ou "a necessitar de pequenas obras de reparação".
Quanto à mobilidade, percebeu-se que os moradores de Lisboa com mais de 65 anos "tendem a utilizar mais regularmente os transportes públicos, como o autocarro", enquanto os maiores de 75 "andam habitualmente mais a pé, o que corresponderá em princípio a pequenas deslocações".
No domínio da ocupação dos tempos livres, os investigadores verificaram que a partir dos 50 anos as pessoas deixam de fazer exercício físico, de ir a eventos desportivos e de frequentar a praia nos arredores de Lisboa. Já os maiores de 75 foram aqueles que mais declararam não frequentar o comércio tradicional nem estar com familiares e amigos, o que "evidencia de forma clara o isolamento a que os mais idosos estão sujeitos".
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