terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Quanto, quanto me Queres?




Quanto, quanto me queres? - perguntaste


Numa voz de lamento diluída;


E quando nos meus olhos demoraste


A luz dos teus senti a luz da vida.



Nas tuas mãos as minhas apertaste;


Lá fora da luz do Sol já combalida


Era um sorriso aberto num contraste


Com a sombra da posse proibida...



Beijámo-nos, então, a latejar


No infinito e pálido vaivém


Dos corpos que se entregam sem pensar...



Não perguntes, não sei - não sei dizer:


Um grande amor só se avalia bem


Depois de se perder.





António Botto

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