quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tenham misericórdia(s).







"Vir Ver o Património das Misericórdias" sem o Governo

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) vai avançar com o projecto "Vir Ver o Património das Misericórdias", mesmo sem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, disse à agência Lusa Mariano Cabaço, do Departamento do Património Cultural.

Mariano Cabaço, responsável pelo Departamento do Património Cultural da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), explicou que o projecto "Vir Ver o Património das Misericórdias", que tem por objectivo abrir ao público de forma regular as igrejas das santas casas envolvendo voluntários seniores, arrancou em Junho em Coimbra e deveria ser alargado depois para os restantes distritos, o que não aconteceu por não estarem reunidas as condições acordadas com o Ministério da Cultura.

"Em Abril, a UMP e o Ministério da Cultura assumiram o compromisso de, em conjunto, ajudarem à formação de voluntários para a preservação das igrejas que integram as cerca de 400 misericórdias mas, com a mudança de Governo e a extinção do Ministério da Cultura o projecto não avançou", contou, adiantando estar a aguardar por uma audiência com o secretário de Estado da Cultura para lhe apresentar o projecto em pormenor com vista a uma possibilidade de parceria.

"Fonte da secretaria de Estado da Cultura disse-nos estar disponível para uma audiência mas só depois de publicada a sua lei orgânica", disse.

Apesar de não contar com o apoio logístico da secretaria de Estado, Mariano Cabaço garantiu que o "projecto de valorização patrimonial e humanista vai avançar na mesma até ao final do ano mas com menos recursos".

"A ideia era que as misericórdias abrissem as portas das suas igrejas ao público com regularidade e em coordenação mútua envolvendo pessoas que estão internadas nos lares das misericórdias e que ainda estão física e intelectualmente capazes para servirem de guia aos visitantes", explicou, adiantando que neste momento isto já está a ser feito em algumas igrejas mas não associado ao projecto.

De acordo com Mariano Cabaço, este projecto só é possível devido ao inventário do património das misericórdias que está a ser feito.

"Temos neste momento identificados a nível nacional mais de mil imóveis e classificadas cerca de 28.500 peças do património móvel de 394 locais de todo o país, caracterizado sobretudo por uma forte presença de peças de arte religiosa, espólio ligado à inactividade hospitalar e relacionado com a vida civil, resultado de doações e legados", afirmou.

"Das 400 misericórdias existentes apenas 85 estão inventariadas, ou seja, apenas cerca de 25 por cento", disse, admitindo que é pouco mas que nunca "será um processo fechado".

Mariano Cabaço disse ainda que todas as peças inventariadas estão disponíveis numa base de dados na página da Internet da UMP, estando em constante actualização.

Contactada pela Lusa, fonte da secretaria de Estado da Cultura remeteu para mais tarde esclarecimento sobre o assunto.

(in DNotícias).

1 comentário:

Portugalredecouvertes disse...

É necessário aproveitar todas as boas vontades.