terça-feira, 18 de outubro de 2011

Grafiteiro que grafita a grafiteiro tem mil anos de...





Bansky era (é) um rapaz grafiteiro. Dava-lhe para essas fiteirices, fazer grafitices. Bem, ganhou fama mundial. Fazia «arte». Oh!, abriam-se de espanto as bocas e as páginas das revistas «trendy». BAN-SKY. Acontece que, um dia, outros grafiteiros começaram a grafitar. Grafitaram, grafitaram, lá foram em seus caminhos. Grafitaram paredes, sinais de trânsito, deram asas à sua criatividade. Mas eis que, miséria!, começaram a grafitar os grafitos de Bansky. QUE É LÁ ISSO? Comoção planetária. Grafitar, sim, mas isto é arte. Se grafitarem monumentos, paredes públicas e privadas, sinais de trânsito, nada disso é problema. Nunca seria notícia. Mas eis que os malandros grafitaram Bansky!! Crime de lesa-património. Mas, espera aí, neste arte vs. arte, porque há Bansky de valer «mais» do que os que o pintam? Não é tudo criatividade espontânea, self-expression, grito d'alma, expressão autêntica de raiva ou amor?! Não é tudo «arte»? Não. É como na quinta do Orwell, ele há «arte pública» mais «arte pública» do que outra. Street art, bonita palavra. Mas com que limites? Ou só Bansky merece protecção? Porque não a porta da minha casa, que leva mais de cem anos? Porque Bansky vale mais do que as paredes de São Vicente de Fora ou do Convento das Mónicas? Só porque é «moda»? NÃO PERCEBEM QUE HÁ AQUI UMA TIRANIA IMPLÍCITA? A pior tirania, irmãos, é a que se disfarça sob as vestes da liberdade. Um abração, Bansky! Bem vindo ao clube dos indignados.

1 comentário:

Portugalredecouvertes disse...

Este tipo de "arte" é mesmo insuportável, sem respeito pela propriedade dos outros. Diria mesmo uma calamidade!