quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ingleses interessados na Carris.







Arriva e StageCoach só esperam contrato de concessão. Troika colocou a alienação das empresas públicas no calendário para 2012 Dois grupos ingleses interessados na privatização da Carris

Estado sai dos transportes em 2012
Rui Coutinho
14/09/2011 22:15 Dinheiro Vivo A Arriva, empresa inglesa do grupo alemão Deutsche Bahn, e o grupo do Reino Unido StageCoach, estão interessados na privatização da Carris. As duas empresas já manifestaram o seu interesse ao Governo e esperam agora que seja apresentado o caderno de concessão. No memorando da troika está previsto que o Estado comece a sair das empresas públicas de transportes já em 2012, reduzindo as transferências financeiras e passando parte destas empresas para operadores privados. Oficialmente, o ministério da Economia não desmente que há interessados, mas garante que “o processo de privatização e decisões dela decorrentes serão devidamente divulgadas na altura apropriada”.

O interesse de estrangeiros na Carris não é novo. Desde o início da reestruturação da empresa, em 2002, que vários operadores manifestaram o seu interesse na transportadora. Nos últimos três anos – e depois de ter reduzido em 1/3 o número de funcionários -, a Carris registou um EBITDA positivo (lucros antes de impostos, juros e amortizações de dívida). Já quando os resultados levam em conta a dívida da empresa – 673 milhões de euros - os números são mais negativos: 42 milhões de prejuízos em 2010 e 80 milhões por ano só para pagar os empréstimos em dívida. No desenho da futura concessão, o Estado terá por isso que garantir uma solução para o endividamento antes de passar a Carris para privados.

Até ao final do ano, o Governo estará, contudo, preocupado com as privatizações mais urgentes: a TAP e a CP Carga. Nesta fase preliminar do processo de privatizações e concessões a privados, - ainda não há contrato base nem modelo para o negócio definido pelo Governo, surgiram já várias empresas a admitir interesse nas empresas de transportes detidas pelo Estado.

No caso da Carris, além destas duas empresas, o grupo francês Veolia Transdev mostrou interesse nas concessões de operações da empresa. O grupo adiantou, também, estar atento às concessões de operações da CP, STCP e Metro de Lisboa. O Grupo Barraqueiro, dono da Fertagus, também já admitiu vir a participar nas concessões de transportes nacionais.

O grupo Deutsche Bahn foi, ainda, apontado como um dos que estaria atento à CP Carga. O grupo não confirmou ao Dinheiro Vivo a intenção de participar neste processo em concreto, referindo que “não comenta especulações ou rumores sobre privatizações ou potenciais interesses nesses processos”.

Já a privatização da TAP tem como principal interessado conhecido o grupo IAG (Ibéria e British Airways). O Governo até avançar com os processos de privatização terá de resolver o problema da dívida das empresas de transportes públicos e também definir o modelo futuro a seguir para regular a actividade no sector.

(in dingheiro vivo).

1 comentário:

Paulo Ferrero disse...

Ou seja, nunca de lá deviam ter saído!!