quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Notícia saborosa.



"São baguetes, senhor!", poderia Laurent d''Orey responder a um dos clientes da Eric Kayser. A sua padaria abriu há três semanas no Centro Comercial Amoreiras Plaza, em Lisboa, a poucos metros de uma das floristas do franchising Monceau Fleurs, também gerido por ele. O luso-francês não deixou as rosas, longe disso. Continua a gerir o negócio de flores, mas agora dedica mais tempo à padaria gourmet recém-inaugurada. "Gosto de trazer produtos fortes de França para Portugal", diz sobre a mudança repentina de negócio.

Para muitos o nome de Eric Kayser pode ser desconhecido, mas em Paris é um dos pasteleiros mais conceituados - e a concorrência é forte. "Abriu a primeira loja há 15 anos no Quartier Latin e fez um sucesso estrondoso", conta Julien Letartre, outro dos sócios da padaria. "A sua ideia era fazer pão de alta qualidade e pouco a pouco foi-se desenvolvendo." Em Paris abriu cinco lojas e mais tarde fez crescer água na boca por todo o mundo. No Japão já tem 17, na Coreia do Sul outras seis e prepara-se para abrir uma em Nova Iorque. "Portugal é o décimo primeiro país onde a cadeia chega", afirma Julien.

Laurent e Julien tiveram a ideia de trazer uma padaria francesa para Portugal há dois anos. "Vivemos em França e achámos que fazia falta aqui um pão de qualidade artesanal", diz Laurent. Foi então que conheceram o pão artesanal e saboroso de Eric Kayser e negociaram a vinda da marca para Portugal. Tal como fez nos outros países, o pasteleiro francês enviou para Portugal dois chefes-padeiros e um pasteleiro que foram seus aprendizes. A Lisboa só virá em meados de Setembro para a festa de inauguração da loja.

Apesar de ser Agosto, os clientes não param de entrar e sair da padaria no Amoreiras Plaza com sacos de baguetes. "Escolhemos este sítio porque há pessoas que aqui vivem, outras que trabalham e há ainda o liceu francês aqui perto", continua Julien. O liceu ainda está fechado, mas há muita gente que sai do ginásio no andar de cima do centro comercial e aproveita para beber um sumo de laranja e comer uma sanduíche. "A média tem sido de 500 clientes por dia", conta Laurent. E já se pode orgulhar de ter habitués. "Às três e meia em ponto um casal de 70 e tal anos vem aqui sempre, senta-se na mesma mesa e pede a mesma coisa", sorri.

Na padaria há 20 variedades de pão. "Há o tradicional, o rústico, com sementes de papoila, com sésamo, a baguete Amoreiras...", enumera Laurent. "Há o pão com açafrão-da-índia, o de azeitonas", acrescenta Julien. "Cada tipo de comida combina com um pão diferente."

O ex-líbris da casa é, como em qualquer padaria francesa que se preze, o croissant. E nem pense em pedi-lo com fiambre ou queijo, porque isso é quase um insulto. "Adaptámos muita coisa a Portugal, mas os croissants não, servimo-los simples", diz Laurent. "Explicamos aos clientes que são tão bons que se podem comer sem nada."

E são mesmo. Os preços não são muito diferentes dos das pastelarias das redondezas. Um croissant ou uma baguete custam 1,10 euros e um café 75 cêntimos. Prove também os éclairs com chocolate belga, os favoritos dos miúdos.

Os dois gerentes querem abrir mais padarias em breve e talvez montar em França um negócio de produtos portugueses. "Adorava levar os pastéis de nata para Paris", confessa Laurent (i).

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