João de Brito, filho de Jorge de Brito.
Artes plásticas: Venda decorrerá em Paris
Vieira da Silva leiloada
Vários quadros de Vieira da Silva que são propriedade dos herdeiros de Jorge de Brito vão ser vendidos em leilão em Paris no próximo mês de Outubro, depois de uma pré-apresentação em Bruxelas e Monte Carlo para as dar a conhecer a possíveis compradores.
Ana Maria Ribeiro
A família do coleccionador continua, no entanto, a não poder movimentar as oito obras da pintora portuguesa que, embora sejam também propriedade sua, não podem sair do País por se encontrarem em processo de classificação. Desde 2006, ou seja, desde o ano da morte do coleccionador.
O impedimento chega do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), que, no entanto, não consegue dar resposta aos pedidos da família para que termine o processo de vez. Ao Museu Arpad-Szènes– Vieira da Silva, os herdeiros mantêm emprestados seis quadros da pintora portuguesa.
Ao CM, o arquitecto João Teixeira, "amigo de sempre" de Jorge de Brito, confidencia que o financeiro, que iniciou a sua colecção com quadros de Júlio Pomar – de quem era amigo pessoal e cujas obras comprava a prestações –, "nem sequer era grande apreciador da Vieira da Silva", mas que apostou nela e foi comprando muitos quadros "para investimento futuro". O que torna ainda mais irónica a situação dos quadros que a família está impedida de vender.
"O Jorge de Brito foi um homem de grande visão, que conseguiu aumentar o valor comercial da pintura portuguesa. Ele tinha as telas da Vieira da Silva em Zurique, quando lhas pediram emprestadas para expor em Portugal", recorda. "Ele não tinha de o fazer. Fez porque era bom para Portugal. E é assim que lhe pagam?", questiona.
Mas até que haja novo Governo, não há solução à vista.
(in Correio da Manhã)
Sem comentários:
Enviar um comentário