terça-feira, 14 de junho de 2011

Esperar para ver.







Quer fazer praia na Baixa de Lisboa? Vai ter de esperar só mais um ano
Publicado em 13 de Junho de 2011 .Dentro de dois meses avançam as obras para requalificar a Av. Ribeira das Naus, que vai ter jardins e uma praia fluvial

Dentro de dois meses, a zona da Praça do Comércio, em Lisboa, vai estar outra vez de pantanas. Até ao fim do Verão começam os trabalhos para requalificar a área envolvente da Avenida Ribeira das Naus. Primeiro vieram as obras da estação de metro do Terreiro do Paço, depois chegaram os esgotos e agora será a vez de uma praia fluvial e jardins ocuparem a frente ribeirinha do Tejo.

São 10 milhões de euros suportados pela Sociedade Frente Tejo (capitais públicos), fundos europeus (3,5 milhões) e ainda pela câmara municipal para construir em terra e ainda conquistar 18 metros de terrenos ao rio.

Ter uma praia na Baixa de Lisboa e ainda passear por quatro hectares de espaços verdes colados ao rio não vai acontecer para já. Segundo explicou ao i fonte da autarquia, concluir a requalificação da Ribeira das Naus demorará "pelo menos um ano", podendo até estender-se por "mais algum tempo dado a complexidade da obra". Demorando mais ou menos tempo, espera-se que a zona ribeirinha seja devolvida aos lisboetas e turistas até à época balnear de 2012. Só que antes disso, será preciso eliminar um grande obstáculo - o trânsito. Para isso, a Avenida Ribeira das Naus terá de ser desviada através de uma estrada paralela ao rio e à praia fluvial, suportada por estacas metálicas enterradas a mais de 30 metros de profundidade.

Dois pontões, colocados nas extremidades da plataforma, vão suportar a rampa rodoviária, que vai entrar pelo rio adentro. Será portanto um viaduto destinados aos peões, bicicletas e automóveis com cerca de 200 metros, rodeado de água pelos dois lados. Estacas cravadas até à rocha e uma grande laje que vai roubar 18 metros de terrenos às águas do Tejo, vão dar estabilidade à praia fluvial. As áreas pedonais e de lazer vão estar alternadas entre zonas relvadas, calçada branca e ainda espaços cobertos de basalto.



Outros planos. A reabilitação da Ribeira da Naus é só um dos três projectos planeados para as zonas que, em Junho de 2010, deixaram de estar sob a alçada da Administração do Porto de Lisboa (APL) e passaram para a gestão da Câmara de Lisboa. Na área da Junqueira/Belém, por exemplo, já começou a ser construído o edifício onde ficará o Museu Nacional dos Coches; e para o Poço do Bispo/Matinha está planeado um espaço verde de uso público, ligado ao novo parque urbano do Oriente.

Das seis áreas sem uso portuário que passaram para a autarquia, há três zonas com projectos ainda em fase de estudo. Na área envolvente à Torre de Belém, a câmara quer reconverter o espaço verde para actividades de lazer. O espaço envolvente ao Espelho de Água, junto ao Museu de Arte Popular, será igualmente requalificado.

A autarquia pretende ainda repensar a função da Praça do Cais do Sodré com o objectivo de articular o rio e a parte alta da cidade. Estas são as áreas administradas pela câmara de Lisboa, mas o acordo com a APL prevê ainda uma gestão partilhada de outros três espaços.

A Doca de Pedrouços é um deles e vai receber em 2012 a Volvo Ocean Race, a mais importante regata com escala mundial. Neste local deverá manter--se o "Edifício da Lota", que será reconvertido. A requalificação inclui ainda o desmantelamento dos viadutos metálicos entre a Avenida de Brasília e a Avenida da Índia, que serão substituídos por "micro túneis".

Na área envolvente ao Cais de Santos está prevista a demolição de alguns edifícios industriais sem interesse arquitectónico. Esta zona terá ligação, através de passagens pedonais, com as áreas dos Planos da Boavista Nascente e Poente, onde a EDP vai ter a sua nova sede e está projectada uma urbanização de Carrilho da Graça, arquitecto que vai também a redesenhar a área para onde estiveram previstas as Torres de Norman Foster.

A última área de gestão conjunta - o Parque Oriente - conta com três grandes operações urbanísticas: os Jardins Braço de Prata (Renzo Piano), o Loteamento da EDP (antiga Tabaqueira) e o Plano de Pormenor da Matinha, que prevê a reconversão dos antigos gasómetros.

Com Lusa

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