sábado, 28 de maio de 2011

Cem Vezes Nguyen.


Cem vezes Nguyen
Exposições Lisboa
QUANDO 27 Maio 2011 a 28 Ago 2011
ONDE Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea, Lisboa
QUANTO Evento Gratuito (Outros)
HORAS ESPECTÁCULO Todos os dias da semana: 10H00 – 19H00 (última entrada: 18H30) Horário alargado aos sábados: 10H00 – 22H00 (última entrada: 21H30) Horário alargado de verão (Julho e Agosto) às sextas e sábados: 10H00 – 22h00 (última entrada: 21H30)
0Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea
Praça do Império – 1449-003 Lisboa
Telefone
213612878
Fax
213612570
Website Oficial
http://www.alfredojaar.net/nguyen
Website Instituição
http://www.museuberardo.com Trabalho de Alfredo Jaar no âmbito do Festival PhotoEspaña 2011.

Nascido em 1956 em Santiago do Chile, Alfredo Jaar tem a arte de fazer as perguntas incómodas da maneira mais simples e fatual. Numa das suas peças emblemáticas, pela primeira vez apresentada em Portugal, lança uma das mais pertinentes interrogações que é possível formular sobre o mundo complexo em que vivemos.

Cem vezes Nguyen (1994) é uma espécie de álbum de recordações da sua visita a um campo de refugiados vietnamitas, em Hong Kong, em 1991, onde o artista encontrou a pequena Nguyen Thi Thuy. Em homenagem às crianças nascidas nos campos, e de entre as 1378 fotografias tiradas durante a sua estada, ele escolheu publicar apenas o retrato desta menina, repetido cem vezes. Alfredo Jaar fotografou-a cinco vezes, com cinco segundos de intervalo entre cada imagem. Como dizia o filósofo francês Jacques Rancière a propósito de uma outra obra de Alfredo Jaar – Rwanda Project (1994-2000), em que usava imagens de Tutsis massacrados que colocava dentro de uma caixa –, “a imagem estava escondida, mas a caixa trazia escrito o nome e a história da pessoa. Jaar mostrava assim que aquele milhão de vítimas era um milhão de indivíduos, que não estávamos perante uma massa indistinta predestinada à vala comum, mas diante de corpos com a mesma humanidade do que nós.”

Recusando mostrar os outros como uma massa visual indistinta e sofredora, Alfredo Jaar mostra-os como indivíduos com uma história, com um corpo capaz de falar ou de se calar, de exibir (ou não) as marcas da sua mágoa e dos seus sofrimentos, reencontrando assim o justo caminho do político. Aqui, estamos perante um jogo triangular, que se joga entre a rapariguinha vietnamita e o visitante, com o artista como mediador. Num dos seus primeiros trabalhos, um dos que logo lhe trouxeram o reconhecimento internacional – Rushes (1986) –, havia uma imagem de um jovem mineiro brasileiro que o artista comentava assim: “Gosto da maneira como ele olha o fotógrafo, me olha, vos olha.”

(in culturaonline).

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