sábado, 2 de abril de 2011

À volta de Lisboa: Passeio Ribeirinho de Alhandra.


















«É fim de tarde e o calor aperta. No horizonte aproximam-se dois “ciclistas”. José Peniche, 73 anos, é natural de Alhandra. David Costa, 67, mora em Vila Franca de Xira. Os dois amigos que costumam fazer passeios de bicicleta são frequentes utilizadores do passeio ribeirinho que liga as duas localidades. “Estou aqui todos os dias. De manhã ou à tarde. É conforme. Às vezes vou de bicicleta para lá (direcção de Vila Franca) e venho para cá um bocado a pé, com ela à mão”, revela José Peniche. E acrescenta. “Acho tudo bem no passeio ribeirinho. Só não gosto de ver pessoas a atirarem pedras para o rio. Não é David?”. “É verdade. Tem havido aqui alguns problemas. No ano passado arrancaram várias árvores. Mas este ano ainda não notei nada de grave”, responde o amigo. José Peniche e David Costa trabalham na mesma empresa e conhecem-se há mais de 30 anos. Defendem mais policiamento no local e revelam que só de longe a longe e quando calha é que se vê um polícia no local. (ver caixa). Os dois amigos recomeçam a pedalar. No passeio cruzam-se com pessoas que aproveitam para manter a forma física com uma corrida. Mas também há os que caminham de mão dada, como dois jovens apaixonados. É o caso de Isabel Caetano, 62 anos, e de Carlos Jorge, 64. “Esta parte foi bem aproveitada e trouxe muitos benefícios para a população. Só é pena que na parte final, na direcção de Vila Franca, aquilo esteja a ficar um pouco destruído e com grafitis. É a falta de civismo do nosso povo”, lamenta Isabel Caetano. O casal mora na freguesia vizinha de Alverca e costuma ir até ao passeio ribeirinho. Antes de continuarem a caminhada, deixam uma sugestão para tornar a zona ainda mais turística e atractiva. “Faz falta mais oferta ao nível da restauração. Tratando-se de uma zona ribeirinha devia haver restaurantes onde pudéssemos comer peixe. Podiam aproveitar mais os peixes do rio e explorar essa vertente”, defende Isabel Caetano. Faltam poucos minutos para as 20h00. A quantidade de pessoas no passeio ainda é considerável. No fim-de-semana o número de utilizadores dispara. De auscultadores nos ouvidos, interrompemos o treino de André Carvalho, 22 anos, que costuma fazer desporto duas vezes por semana passeio. No final da corrida, aproveita para fazer umas flexões no circuito de manutenção existente no local. Gosta da zona mas deixa alguns alertas. “Quando a maré está vazia há aqui muitas melgas, mas isso é normal. Dependendo da altura do dia, há pouca segurança. Se vier passear uma pessoa sozinha aqui à noite, é complicado. Isso é um pouco preocupante”, afirma o jovem que “muito raramente vê um polícia” no passeio ribeirinho.» (O Mirante).

É pena que os lisboetas esqueçam o lindíssimo estuário que têm à sua volta...

1 comentário:

Carlos Moura-Carvalho disse...

Excelentes fotos!! Sitio único.