sábado, 26 de março de 2011

A varanda mais bonita do Bairro Alto.







Era como estar só. Mas
estar só e feliz.
A varanda envidraçada,
o cheiro do café, um ramo
chamado pelo sono.
Sombras de sol batiam
no chão de madeira velha.
Restos de água da noite
brilhavam nos vidros
os primeiros insectos.
A maresia das aves costeiras
lanceoladas de luz.
Os olhos pousavam à espera
de te voltar a ter.

Joaquim Manuel Magalhães, «Uma luz com um toldo vermelho»

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