A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, com a oposição dividida, o plano de pormenor das Amoreiras, que não vai permitir, como previa a proposta inicial, a transformação do reservatório da EPAL num espaço verde de acesso público. Segundo o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, o acesso tem de se manter interdito aos cidadãos por "razões de segurança", até porque o reservatório continua em funções. Durante a sessão, deputados da oposição reconheceram algumas vantagens do documento, como a construção do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique, mas foram feitas várias críticas, entre elas a insuficiência de lugares de estacionamento e a falta de preservação de algum património (como a vila operária do Beco do Casal). As alterações de trânsito previstas, a falta de referência a índices de impermeabilização, as alturas de prédios e a falta de habitação a custos acessíveis foram outros aspectos censurados. O próprio parecer da comissão municipal de acompanhamento do Plano Director Municipal refere, por exemplo, uma possível "deterioração das condições de estacionamento", embora admita que o ordenamento do mesmo e a existência de outro tipo de transporte ligeiro possam melhorar a mobilidade, já que a há muito desejada passagem do metro ainda não está definida. Por outro lado, alguns partidos reconheceram a necessidade de avançar com o documento, tendo em conta que as Amoreiras aguardam por um plano de ordenamento do território há mais de uma década. A proposta acabou por ser aprovada com os votos favoráveis do PCP, PEV, PS e três independentes eleitos pelo PS, a abstenção do PSD e de outros três independentes e os votos contra do CDS, BE, PPM e MPT. Manuel Salgado sublinhou que o "controlo do estacionamento", com a proposta de criar apenas mais 320 lugares, está integrado na política de redução do número de carros que circulam na cidade e destacou que muitos dos 900 lugares do complexo das Amoreiras estão frequentemente vazios. A nível da construção, o autarca disse que estão previstos 44 mil metros quadrados, 12 mil dos quais para habitação (104 fogos). "É um plano de remate de malhas, para preencher vazios, completar o que existe", explicou, acrescentando que as alterações de trânsito visam desviar o tráfego para fora da Rua de Campo de Ourique, onde o impacto negativo é maior. A área de intervenção do Plano tem pouco mais de 130 mil metros quadrados entre o Bairro de Campo de Ourique e o Complexo Torres das Amoreiras, abrangendo as freguesias de Santa Isabel e Santo Contestável. (in JN).
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