quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Por uma vez, acertaram.

O novo mapa de Lisboa proposto pelo PS e pelo PSD, que reduz para 24 as atuais 53 freguesias, atribui às juntas mais competências a nível de manutenção do espaço público, gestão de equipamentos, intervenção comunitária e habitação.

Segundo o documento, assinado hoje pela distrital do PSD e pela federação da área urbana do PS, as Juntas de Freguesia ficarão, por exemplo, a assegurar a manutenção de espaços verdes, conservar pavimentos pedonais, limpar as ruas, licenciar atividades como a venda ambulante de lotarias ou leilões, construir parques infantis e sanitários públicos, gerir feiras e mercados ou a definir critérios especiais nos processos de realojamento.

Estas competências não se aplicarão, contudo, quando envolvam "espaços, vias, equipamentos ou matérias de natureza estruturante para a cidade" e o apoio a atividades e instituições não será dado se já houver apoio da Câmara de Lisboa.

Reforma administrativa


De acordo com o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, o reforço da descentralização de competências será suportado apenas pelo orçamento camarário e não implicará mais despesa com meios humanos ou físicos, pelo que alguns colaboradores da Câmara passarão para as Juntas.

Com a proposta de reforma administrativa, os dois partidos sugerem também uma reorganização dos executivos das Juntas, com "a possibilidade de aumentar o número de permanências dos membros". O documento visa também dar "expressão administrativa" às freguesias e equilibrar as suas dimensões relativas, já que há freguesias com 400 eleitores e outras com 45 mil.

Os dois partidos, que negociaram ao nível concelhio e distrital, propõem que seja criada uma nova freguesia do Oriente em parte da atual freguesia de Santa Maria dos Olivais, mas sem incluir para já algum território do vizinho do concelho de Loures, conforme é reivindicado por comerciantes e moradores do Parque das Nações.

Nove freguesias inalteradas


Excluída fica a ideia, contemplada num estudo feito por um consórcio universitário no ano passado, de criar a freguesia de Telheiras, separando este bairro da restante área do Lumiar.

Assim, esta freguesia mantém o desenho atual, tal como Carnide, São Domingos de Benfica, Benfica, Campolide, Ajuda, Alcântara, Marvila e Beato.

As restantes freguesias são associadas em novas, definindo-se as seguintes junções: Campo Grande/São João de Brito/Alvalade, Anjos/São Jorge de Arroios/Pena, São João/Penha de França, Santo Condestável/Santa Isabel, Lapa/Santos/Prazeres, São Sebastião/Nossa Senhora de Fátima, Alto do Pina/São João de Deus, Charneca/Ameixoeira, São Francisco Xavier/Santa Maria de Belém, São Vicente de Fora/Graça/Santa Engrácia, Mercês/Santa Catarina/Encarnação/São Paulo e São Mamede/São José/Coração de Jesus.

A maior associação ocorre no centro histórico, com a união dos Mártires, Sacramento, São Nicolau, Madalena, Santa Justa, Sé, Santiago, São Cristóvão e São Lourenço, Castelo, Socorro, São Miguel e Santo Estêvão.

Aprovação garantida na Assembleia Municipal


A proposta será apreciada na próxima semana na Câmara de Lisboa e segue para a Assembleia Municipal (onde o voto do PS e PSD garante a aprovação), sendo depois submetida a discussão pública, nova votação nos órgãos autárquicos e, finalmente, à apreciação da Assembleia da República.

O líder da bancada municipal do PSD, António Prôa, sublinha a importância de o Parlamento "ser capaz de corresponder até ao final" ao anseio da cidade e de a reforma administrativa de Lisboa não estar dependente de outras eventuais reivindicações idênticas no resto do país.

(in Expresso).

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