Jardim Botânico deve ir a plenário
Petição entregue na Assembleia da República
Cristiano Pereira
A Plataforma em Defesa do Jardim Botânico entregou ontem na Assembleia da República uma petição com mais de quatro mil assinaturas com vista a pedir a revisão do Plano de Pormenor do Parque Mayer. E alertou para os malefícios das construções previstas.
"Há-de haver bom senso e acima de tudo o que interessa aqui é preservar o Jardim Botânico, se possível alargá-lo e não permitir de maneira nenhuma atentados ao jardim", afirmou ao JN Paulo Ferrero, do movimento Cidadania LX, uma das dez associações que lançaram a petição em Novembro.
Com mais de 4170 assinaturas, o texto foi entregue ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que, segundo Paulo Ferrero, "estava dentro do problema, estava bem informado e mostrou-se interessado".
Os signatários defendem que proposta de Plano de Pormenor do Parque Mayer deve ser revista tendo em conta aspectos e elementos que "devem ser melhorados, aprofundados e rectificados". Em causa estão as construções previstas em volta do recinto do Parque Mayer, como, por exemplo nos logradouros da rua do Salitre, da rua da Alegria ou do Príncipe Real.
"É importante que não haja esventramento desses logradouros pelo menos com a imensidão que está anunciada com quatro caves de estacionamento que põem em perigo as raízes das árvores do Jardim Botânico", alerta Paulo Ferrero.
"É preciso diminuir ainda mais o índice de construção", prosseguiu, referindo que "mesmo que seja de dois andares e tenha uma cobertura vegetal de relva não é muito apropriado para ali".
O representante do Movimento Fórum Cidadania LX manifestou ainda receios com a intenção de se construir um edifício de quatro andares no cruzamento da rua do Salitre com a Rua Castilho. "É uma falta de senso completa", considerou, antes de tecer críticas a um outro projecto que prevê uma "uma estufa dissonante com o jardim".
Na sua óptica, a Universidade de Lisboa, responsável pela gestão do Jardim Botânico, "é um bocado culpada porque lava as mãos, diz que não tem dinheiro e qualquer coisa que apareça é bem-vinda".
Paulo Ferrero lamentou ainda o estado actual do Jardim Botânico. "Neste momento tem apenas um jardineiro", criticou, defendendo que um espaço com aquelas características devia, e merecia, ser acompanhado por mais profissionais.
O representante do movimento de cidadãos alertou ainda o facto de "não haver dinheiro para pagar a água" nem "um folheto promocional do Jardim Botânico". E concluiu que "há um misto de falta de dinheiro e de desinteresse das instituições".
Na Assembleia da República, a petição segue agora para a Comissão de Educação - uma vez que o Jardim Botânico é da gestão da Universidade de Lisboa. Depois de nomeado um deputado redactor, dar-se-á início a um processo de audição a todas as partes envolvidas. Posteriormente será feito um relatório e, só mais tarde, deverá ser discutida em plenário.
(in Jornal de Notícias).
"Há-de haver bom senso e acima de tudo o que interessa aqui é preservar o Jardim Botânico, se possível alargá-lo e não permitir de maneira nenhuma atentados ao jardim", afirmou ao JN Paulo Ferrero, do movimento Cidadania LX, uma das dez associações que lançaram a petição em Novembro.
Com mais de 4170 assinaturas, o texto foi entregue ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que, segundo Paulo Ferrero, "estava dentro do problema, estava bem informado e mostrou-se interessado".
Os signatários defendem que proposta de Plano de Pormenor do Parque Mayer deve ser revista tendo em conta aspectos e elementos que "devem ser melhorados, aprofundados e rectificados". Em causa estão as construções previstas em volta do recinto do Parque Mayer, como, por exemplo nos logradouros da rua do Salitre, da rua da Alegria ou do Príncipe Real.
"É importante que não haja esventramento desses logradouros pelo menos com a imensidão que está anunciada com quatro caves de estacionamento que põem em perigo as raízes das árvores do Jardim Botânico", alerta Paulo Ferrero.
"É preciso diminuir ainda mais o índice de construção", prosseguiu, referindo que "mesmo que seja de dois andares e tenha uma cobertura vegetal de relva não é muito apropriado para ali".
O representante do Movimento Fórum Cidadania LX manifestou ainda receios com a intenção de se construir um edifício de quatro andares no cruzamento da rua do Salitre com a Rua Castilho. "É uma falta de senso completa", considerou, antes de tecer críticas a um outro projecto que prevê uma "uma estufa dissonante com o jardim".
Na sua óptica, a Universidade de Lisboa, responsável pela gestão do Jardim Botânico, "é um bocado culpada porque lava as mãos, diz que não tem dinheiro e qualquer coisa que apareça é bem-vinda".
Paulo Ferrero lamentou ainda o estado actual do Jardim Botânico. "Neste momento tem apenas um jardineiro", criticou, defendendo que um espaço com aquelas características devia, e merecia, ser acompanhado por mais profissionais.
O representante do movimento de cidadãos alertou ainda o facto de "não haver dinheiro para pagar a água" nem "um folheto promocional do Jardim Botânico". E concluiu que "há um misto de falta de dinheiro e de desinteresse das instituições".
Na Assembleia da República, a petição segue agora para a Comissão de Educação - uma vez que o Jardim Botânico é da gestão da Universidade de Lisboa. Depois de nomeado um deputado redactor, dar-se-á início a um processo de audição a todas as partes envolvidas. Posteriormente será feito um relatório e, só mais tarde, deverá ser discutida em plenário.
(in Jornal de Notícias).
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