Jerónimos
Exposição desvenda importância histórica de Alexandre Herculano
por Marina Marques
Na Sala do Capítulo, ecrãs tácteis, vídeos e documentos 'falam' do historiador.
A esmagadora maioria das 800 mil pessoas que anualmente visitam o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, nem chega a perceber de quem é o túmulo que se encontra na Sala do Capítulo. E mesmo de entre os 30 a 40% de nacionalidade portuguesa que anualmente visitam o monumento, a maioria pouco mais sabe para além de que é o autor de Eurico, o Presbítero.
Ora, é precisamente para pre-encher essa lacuna que, a partir de amanhã, a Sala do Capítulo passa a contar com uma exposição. Documentos, vídeos e ecrãs tácteis desvendam a importância de Alexandre Herculano na sua época, não só a nível nacional como internacional, bem como o seu legado.
Tendo em conta que a maioria dos visitantes é estrangeira, houve o cuidado de contextualizar a figura de Alexandre Herculano em relação à Europa do seu tempo "para que se perceba bem o seu tempo, as influências que recebeu e como foi evoluindo", explicou ao DN Isabel Cruz de Almeida, directora do Mosteiro dos Jerónimos e elemento do conselho científico da exposição.
Pai da historiografia moderna, grande pensador das questões políticas e sociais que marcaram o século XIX, Alexandre Herculano foi uma das mais destacadas figuras do seu tempo. "Sentíamos que os visitantes se deparavam com uma Sala do Capítulo completamente diferente das que normalmente se encontram noutras igrejas e ainda com um túmulo que não sabem de quem é nem por que razão ali está", refere.
E se o Mosteiro dos Jerónimos já desempenhou o papel de Panteão Cívico de Portugal, delegou essa função à Igreja de Santa Engrácia, desde que as suas obras foram finalizadas, em 1960. Desde então, apenas os túmulos de Luís de Camões, Vasco da Gama (à entrada da igreja) e Alexandre Herculano se mantêm nos Jerónimos.
E no caso deste último, é importante recordar que se a Sala do Capítulo foi finalizada, a isso se deve uma determinação das Cortes que, após a morte de Alexandre Herculano, logo se preocupou em encontrar um lugar para acolher o seu túmulo. Por terminar desde o primeiro quartel do século XVI, data do início das obras do mosteiro, a sala seria terminada em 1888.
(in Diário de Notícias).
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