Capitão Lisboa: a loja das coisas originalmente inúteis
por Diana Garrido, Publicado em 14 de Dezembro de 2010 Actualizado há 18 horas
No Natal vale tudo, menos chegar sem presente. Damos-lhe cinco ideias para prendas originais e baratas para que na noite de 24 não apareça de mãos a abanar
Costumava ser uma loja de esoterismo e pedras mágicas. Ainda hoje, diz Sónia Galiza, uma das sócias, "aparecem turistas brasileiros à procura da loja e ficam muito desiludidos quando chegam e vêem que já não existe".
Aqui não há pedras com poderes curativos, orixás místicos, velas com aroma de patchouli ou cartas astrais. Mas há xadrez em giz para desenhar e jogar no chão, comida de astronauta verdadeira, sapos que se transformam em príncipes (só têm de ser devidamente mergulhados em água durante 72 horas) ou toalhas fantasma para os mais novos (uma toalha turca branca com dois buracos para os olhos são capazes de transformar a hora do banho na altura mais apetecível do dia). Na Capitão Lisboa há prendas para todas as idades e sentidos de humor. Se quiser um padrinho da máfia só para si, também se arranja. É só pôr a figurinha dentro de água e vê-la crescer: vai ser o sucesso das 30 trocas de prendas e jantares de natal que foi persuadido a combinar.
Sónia Galiza é sócia da loja lomográfica de Lisboa há 10 anos e desde Setembro que se aventurou na Capitão Lisboa, com Martin Hennin, amigo de longa data: "Sempre gostei de gadgets e coisinhas com piada. Durante os anos em que a loja da Lomo esteve no Bairro Alto [mudou-se para a R. da Assunção, 15, em Lisboa], tínhamos alguns artigos do género, mas agora decidimos separar definitivamente." E nasceu a Capitão Lisboa, cheia de artigos vindos de Londres, cidade onde Martin vive.
"Já tínhamos falado de abrir uma loja juntos. De repente surgiu a oportunidade de ficar com este espaço e a decisão teve de ser rápida. Insisti com o Martin e... cá estamos."
Contam-se pelos dedos a quantidade de objectos realmente úteis da loja: quem precisa de uma míni mesa de pic-nic cuja utilidade é segurar a mostarda e o ketchup? Provavelmente ninguém. No entanto, é uma míni mesa em madeira, de pic-nic. Igualzinha às dos parques de merendas. E pouca gente resiste a míni-coisas. Se for uma dessas pessoas, há míni jardins zen, míni origamis e míni conjuntos para se tornar num mestre da caligrafia japonesa. Tão pequenos que cabem na palma da mão.
Presentes: do chocolate à comida de astronauta
01 Polaroids – entre 70€ e 90€ Revivalismo sempre. Os meninos da Impossible Projects foram buscar nove pessoas à defunta fábrica da Polaroid e ressuscitaram a mítica máquina fotográfica que tira e revela as fotografias no mesmo instante. É só abanar. Um senão: os rolos custam 20€ e não estão incluídos.
02 Chocolates sardinha – 10€ Comprar chocolates é um clássico que nem mesmo as mentes mais originais conseguem escapar. Mas não precisa de cair sempre na ginja com licor ou na avelã dourada, não é? Imagine chocolates em forma de sardinha, numa caixa de metal aberta como se fosse uma lata de conserva. E é isso.
03 Poesia Magnética – entre 7€ e 25€ Com 72 palavras pode escrever um bonito poema no frigorífico para a sua cara metade, deixar um recado escabroso ao seu companheiro de casa que deixa o tampo da sanita levantado ou explicar aos pais que não vai dormir a casa. Se não lhe chegar há pacotes de 170 (15€) e de mais de 300 (25€).
04 Lancheira e mala – 15€ + 5€ Comer no local de trabalho não só é uma forma de poupar o subsídio de alimentação, como um bom fomentador de relações laborais. Podem nascer verdadeiras amizades de um almoço de tupperware. Ofereça a alguém a oportunidade de brilhar à refeição com uma caixa cheia de divisórias especiais e uma malinha que se transforma em (míni) toalha.
05 Comida de astronauta – 10€ É o sonho de qualquer rapazinho que se preze. Até Justin Bieber, em alguma altura da sua curta vida, deverá ter querido ser um homem do espaço. Tem duas refeições à escolha, devidamente conservadas em vácuo: gelado e morangos. E prepare-se para ser a pessoa preferida da pequenada neste natal.
Capitão Lisboa
Onde: Rua de São Nicolau, 43
Horário: Todos os dias das 10h às 19h30
(in jornal «i»).
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