sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ýou Are Here.





Nova fanzine dedicada a Lisboa à venda a partir de hoje
Por Nuno P. Chorão

Seja quem for que a compre, saberá que está em Lisboa. O primeiro número da fanzineYou Are Here é lançado esta noite no Bairro Alto, no Frágil, às 22h. Pretende "expressar o gosto e o amor por Lisboa, uma revista pessoal para pessoas que gostam de Lisboa, feita por pessoas que gostam de Lisboa", frisa António Rodrigues, director adjunto da publicação.

O mentor da ideia não é português, mas sim inglês. David Roberts visitou Lisboa pela primeira vez em 1988. Entre amores e desamores, desde há dois anos e meio que vive na capital portuguesa, e conta que a ideia de criar a fanzine surgiu há cerca de um ano, quando decidiu pôr no papel o "amor" que tem pela cidade. "Lisboa é uma óptima cidade para pensar no passado, mas também é óptima para pensar no futuro. Quero partilhar isso numa fanzine que é sobre momentos diferentes, sobre pessoas diferentes - um flash sobre a vida da cidade", diz o editor ao PÚBLICO.

Sem notícias, sem "um roteiro da cidade", a You Are Here assume-se como "uma fanzine de expressão literário-jornalística", acrescenta o director adjunto. Histórias de ficção, crónicas e poesia serão os conteúdos-chave. Não há publicidade, "e não iremos procurá-la", realça David Roberts.

Os conteúdos vão estar em português e inglês, direccionando-se para "o lado cosmopolita da cidade, onde vive gente de muitos países que sente a cidade; e o próprio português já lida muito com o inglês". O director adjunto revela ainda que vai ser distribuída em "sítios escolhidos, que têm a ver com o público-alvo, urbano e jovem". Entre outros locais, estão na lista "livrarias e lojas de discos", revela António Rodrigues. Cada número vai custar 1,75 euros, um "preço irónico" e a sua periodicidade será trimestral. No arranque, vai ter uma tiragem de mil exemplares.

Uma vez que não existe uma lista fixa de colaboradores, qualquer pessoa pode sugeri-lo, sendo esta "uma forma de obter uma multiplicidade de olhares que torne a publicação mais viva". Por outro lado, a revista "não tem contacto com a Internet, nem vai ter" - ou seja, nada de blogues ou redes sociais. "A fanzine pretende tornar-se parte da cidade, e essa relação não se faz através de nenhum computador, mas sim caminhando e interagindo com ela", afirma o director adjunto.

O suporte também exerce a sua função: "o papel ainda é algo especial e único, com quem estabelecemos uma relação de intimidade", diz David Roberts, que elogia as revistas gratuitas portuguesas, "entre as melhores do mundo".

(in Público).

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